
A explosão que destruiu parte de um edifício residencial de 19 andares no Rio de Janeiro há cerca de duas semanas foi mais um entre outros acidentes graves – como o desabamento do Edifício Liberdade e de mais dois prédios, também no Rio, em 2012 – decorrentes de situações como vazamentos e reformas irregulares que colocam as edificações em risco e comprometem a segurança de moradores e vizinhos.
Ao contrário de outras capitais, como Rio de Janeiro e Fortaleza, Curitiba não tem uma legislação específica que trate da necessidade de inspeções e vistorias periódicas nos empreendimentos de moradias coletivas.
Segundo especialistas, estar atento aos sinais que a edificação dá e tomar uma atitude preventiva em relação a eles é a melhor forma de prevenir danos físicos e de patrimônio. A orientação do gerente de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Diogo Artur Tocacelli Colella, é para que a inspeção seja realizada de forma proativa, e não apenas em reação a casos emergenciais. “Quanto antes o problema for identificado, menos custos e riscos envolverá a solução, resultando em mais segurança para todos. Ficar atento às vistorias tem que ser motivo de preocupação frequente para os responsáveis pelas edificações”, orienta.
Na dúvida, vale contratar o serviço de empresas ou profissionais habilitados junto ao conselho para acabar com o problema ou munir o síndico de informações que permitam a tomada da melhor decisão.
Pontos de atenção
Danos nas instalações elétricas, que podem resultar em curtos circuitos e incêndios, e vazamento de água na tubulação, que causam infiltrações, estão entre os principais problemas detectados nas construções, de acordo com Ricardo Benk, proprietário da Omega Manutenções.
Verificar a movimentação do solo do prédio e se a edificação apresenta rachaduras superficiais ou que venham a causar danos à estrutura são outras preocupações. “Também é preciso tomar cuidado com as reformas. Se uma parede estrutural for retirada, por exemplo, corre-se o risco de o prédio vir abaixo”, acrescenta Benk.
Em vigor desde abril de 2014, a norma 16.280 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece sistemas de gestão e requisitos para toda reforma que altere ou comprometa a segurança da construção ou seu entorno. Há, por exemplo, a necessidade de o proprietário do imóvel dispor de um laudo técnico elaborado por um especialista, a partir do qual o síndico pode autorizar ou não a obra, caso entenda que ela colocará em risco a edificação. “Todos esses cuidados também valem para casas e condomínios horizontais, pois acidente é acidente e não existe margem para a segurança das pessoas”, conclui o gerente do Crea-PR.
Sinais de alerta
Os imóveis costumam dar sinais de que parte de sua estrutura não vai bem e precisa de cuidados. Estar atento aos alertas possibilita ao síndico e aos moradores a adoção de medidas preventivas e corretivas que garantem a segurança do empreendimento.




