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Residência com arquitetura uruguaia no Mossunguê abrigará a Casa Cor Paraná entre junho e julho de 2011 | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Residência com arquitetura uruguaia no Mossunguê abrigará a Casa Cor Paraná entre junho e julho de 2011| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Conceito

Sociologia da decoração

Parte do que move os projetos de decoração em mostras como a Casa Cor tem inspiração em referências sócio-históricas do Brasil. Durante a apresentação do imóvel para os expositores ontem, a socióloga e especialista em planejamento e pesquisa de mercado Natália Miranda ministrou a palestra A Casa Brasileira, sobre o conceito de morar para o brasileiro.

Baseando-se nos estudos de Gilberto Freyre, especialmente no livro Oh de Casa!, Natália explica que, por ser altamente hospitaleiro, o brasileiro enxerga um papel de socialização na casa. "Daí a importância de áreas como a sala e a cozinha para as residências do nosso país", afirma.

Natália enumera conforto, liberdade, segurança e proximidade com a natureza como pontos fundamentais na hora de o brasileiro escolher um lugar para morar. "A construção e decoração assumem papéis importantes na satisfação destes itens e as mostras e feiras são momentos para apresentar estas possibilidades", aponta.

Após três edições apostando em espaços sociais para a montagem da mostra de decoração mais im­­portante do Estado, a Casa Cor Pa­­raná retorna, em 2011, para uma residência familiar. O espaço foi apresentado nesta terça-feira para expositores e imprensa, antes do início das obras de adequação para abrigar o evento, que acontecerá entre 10 de junho e 17 de julho.

Em 2008 a exposição ocorreu no Clube Concórdia; em 2009, no asilo São Vicente de Paulo; e no ano passado, na Casa de Retiros do Mossunguê. "Para esta 18.ª edição percebemos a ne­­cessidade de voltar a apresentar a mostra de decoração em espaços totalmente residenciais, como era o conceito desde o primeiro ano", comenta a franqueada da Casa Cor no Paraná, Ma­­rina Nessi.

A casa escolhida fica no bairro Mossunguê e está desocupada há quatro anos. O terreno tem 20 mil metros quadrados, sendo metade área de preservação am­­biental, mantida pelo proprietário, Renato Rodrigues. "Quando adquiri o terreno havia essa mata nos fundos, que faço questão de manter. Recentemente foram plantadas 600 árvores para substituir espécies exóticas que se misturavam às nativas", afirma Rodrigues. Como estratégia de preservação, os visitantes não terão acesso aos 10 mil metros preservados, que estarão cercados durante o evento.

Arquitetura

Além da ampla área verde, o que chama atenção no imóvel é sua arquitetura, assinada pelo renomado profissional curitibano Tito Livio Calderari. A obra é dos anos 1980 e teve inspiração nas residências uruguaias, mais especificamente nas casas de Punta del Este, um dos balneários de luxo mais famosos do mundo. Entre os pontos principais está o telhado robusto e de grande inclinação. O acabamento de tijolo à vista é outro destaque, que remete à decada de construção do imóvel. "O espaço é uma espécie de chácara urbana, com ambientes amplos e bem valorizados", diz Marina.

A casa tem 1,3 mil metros quadrados de área construída e serão erguidos aproximadamente mil metros quadrados entre instalações – que serão desmontadas assim que a mostra acabar – e ampliações, construções que permanecerão na casa após o evento.

Para este ano estão previstos cerca de 50 espaços, sendo pelo menos 30 exclusivamente residenciais e focados nas necessidades de uma família. Será aproveitada a vocação original de cada ambiente. "O que era sala será am­­bientado como tal, assim como suítes, cozinha, garagem, entre outras. É uma forma de homenagear o arquiteto que a projetou e a família que viveu na residência por mais de 20 anos", argumenta Marina.

A mostra terá, ainda, uma vila de moradas compactas, espaços de festas, gourmet e infantis e áreas externas.

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