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No Brasil, a maioria das instalações elétricas residenciais é perigosa. Elas não foram projetadas para as atuais necessidades de consumo de energia e não recebem a devida atenção dos moradores e síndicos. Essas constatações são de pesquisas do Programa Casa Segura, realizadas em parceria com entidades do setor.

O programa apontou que os problemas mais comuns encontrados nas residências são a utilização de fiação elétrica vencida, a sobrecarga de tomadas e as gambiarras (ligações e emendas provisórias). Choques, curtos-circuitos, queima de eletrodomésticos e incêndios das mais variadas proporções fazem parte do repertório de conseqüências causadas por estas e outras imprudências. "Esse descuido compromete não apenas a segurança isolada de casas e apartamentos, mas também de condomínios e conjuntos inteiros de moradias", alerta Antônio Maschietto Júnior, diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), organização que idealizou o Programa Casa Segura.

Um total de 16 mil edificações residenciais tiveram suas instalações elétricas avaliadas por especialistas no primeiro semestre desse ano. Embora a pesquisa tenha acontecido na cidade de São Paulo, seus organizadores garantem que em outros grandes centros urbanos do Brasil a situação é semelhante. Por isso, em março desse ano surgiu a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), entidade que tem por objetivo orientar a população sobre a necessidade de melhorar a qualidade das instalações elétricas e, assim, contribuir para diminuir o risco de acidentes.

A Abracopel e o Programa Casa Segura têm a pretensão de implementar ações em todo o país e tentar resolver o problema, que é de âmbito nacional. Segundo estimativa do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), o mau uso da eletricidade é responsável por cerca de 50% dos incêndios em residências.

Edson Martinho, presidente da Abracopel, aponta duas causas para o problema. "Boa parte de nossa mão-de-obra não é devidamente treinada e muitas pessoas só pensam em comprar materiais e serviços mais baratos, independente da qualidade e da segurança que eles oferecem", lamenta.

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