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America Ferrera interpreta "Uggly Betty" | Divulgação
America Ferrera interpreta "Uggly Betty"| Foto: Divulgação

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3,6 mil é o fluxo médio de veículos por hora na avenida, perto das 18 horas. O movimento é maior que em rodovias, como a BR-277 na véspera do réveillon de 2007 – onde a média foi de 2,3 mil automóveis por hora.

400 foi o número de vagas de estacionamento que deixaram de existir na Avenida Visconde de Guarapuava, no ano passado. O trecho afetado vai da Rua Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, até a Ângelo Sampaio, no Batel.

Quase um ano e meio após a polêmica decisão da prefeitura de proibir o estacionamento nas laterais da Avenida Visconde de Guarapuava, quem trafega pela via sente as diferenças na mobilidade, com as duas faixas extras de circulação. Porém, a avenida, que é uma das principais ligações entre bairros e o anel central de Curitiba, ainda tem tráfego intenso e congestionamentos em boa parte de sua extensão.

Segundo dados da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), passam pela Visconde todos os dias uma média de 36 mil veículos. No horário de pico, por volta das 18 horas, são registrados 3,6 mil carros por hora. Nos cruzamentos com ruas também movimentadas, como a Conselheiro Laurindo, o fluxo por hora sobe para cerca de 5 mil veículos. A movimentação na via chega a ser maior do que na BR-277 – principal ligação entre Curitiba e o litoral paranaense – em dias que antecedem feriados.

Tanta movimentação sempre colocou a Visconde no ranking das mais caóticas da cidade. Para amenizar os congestionamentos e diminuir o tempo de deslocamento dos motoristas, a prefeitura de Curitiba apostou em uma medida polêmica em fevereiro do ano passado: liberar para o trânsito as faixas laterais utilizadas como estacionamento, desde a Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, até a Ângelo Sampaio, no Batel. Quase um ano e meio depois de adotada, a ação ainda é motivo de discussão por quem depende da avenida.

Segundo Guacira Civolani, diretora de operações da Diretran, o balanço do último ano foi positivo. "Há uma melhor mobilidade no trânsito. O tráfego ainda é intenso no horário de pico, pois a via é importante e a frota de veículos da cidade é grande. Mas acabou a demora excessiva para atravessá-la. Antes, os motoristas que iriam estacionar precisavam fazer baliza, interrompendo o trânsito e causando congestionamentos. Isso hoje não acontece", explica. Para ela, a ação também não afetou os comerciantes. "A Visconde é uma rua de passagem para os bairros. Quem deseja estacionar no centro da cidade pode usar as ruas transversais", diz.

Para Rafael Takeda, proprietário de uma eletrônica na região atingida, a mudança não atrapalhou os seus negócios. "Não registramos queda significante no volume de serviços. O pessoal entendeu que a Visconde precisava de uma solução", explica. Segundo ele, que percorre todos os dias boa parte da via por volta das 19 horas, a medida ajudou na mobilidade. "Ainda tem fila de veículos e uma certa demora, mas agora está um pouco mais fácil se locomover", avalia.

Mas a medida não agradou a todos. Segundo Dairan Magalhães, funcionário de uma revendedora de motos perto do cruzamento com a Barão do Rio Branco, a eliminação dos estacionamentos custou à empresa uma diminuição de 30% nas vendas. "Ficou mais difícil para quem quer adquirir algo por aqui. Tem que disputar vagas em ruas afastadas, desviar todo o caminho para então chegar na loja", justifica. Para Magalhães, a medida não teve eficácia. "O trânsito até piorou. Quem usava outra rua passou a vir para a Visconde, pensando que seria mais rápido. Isso sobrecarregou ainda mais a avenida", avalia.

Imóveis

Mesmo com a polêmica, os preços dos imóveis comerciais não desvalorizaram no local, segundo a diretora da Imobiliária Galvão, Fátima Galvão. "A Visconde, por sua visibilidade, continua sendo uma boa rua para se ter um ponto comercial", diz. Segundo dados da Galvão, o valor do metro quadrado manteve a mesma proporção dos últimos anos. "Eles dependem muito da localização e tipo de imóvel. Em geral, está entre R$ 7 e R$ 9 para locação e R$ 1 mil para a venda."

Bairro nobre

De um lado, prédios residenciais luxuosos de alto padrão do Batel. Do outro, residências de acabamento de médio e alto padrões em uma das regiões mais valorizadas de Curitiba: o Alto da XV. Longe do centro, todo dominado por imóveis comerciais, a Avenida Visconde de Guarapuava percorre dois bairros com elevado preço do metro quadrado, mas escassez de imóveis para locação e venda.

Segundo Walter Oliveira, corretor da Casa Sul, a disputa pelas duas regiões é explicada pela supervalorização. "São bairros nobres, tradicionais, bem localizados e com muita infra-estrutura, por isso os imóveis são muito procurados, tanto por investidores quanto por moradores", avalia. Segundo ele, porém, além de renda alta, o candidato a morador da Visconde deve ter sorte. "Existem muito poucos imóveis disponíveis nesta rua. Quando eles aparecem, são rapidamente ocupados", diz.

De acordo com Fátima Galvão, diretora da imobiliária Galvão, para os poucos imóveis disponíveis no Alto da XV, o preço do metro quadrado é a partir de R$ 1 mil, mesmo valor que em ruas centrais como a Marechal Deodoro. No Batel, um dos valores mais elevados de Curitiba, o preço sobe para R$ 1,2 mil – custo semelhante ao de regiões também consideradas nobres e de alto padrão em Curitiba, como Bigorrilho e Jardim Social.

Longe do caos

Arborizada, com pouco movimento e dominada por residências de um pavimento. A descrição pode parecer de uma pacata rua de bairro. Mas é, na verdade, da Avenida Visconde de Guarapuava. Longe de seu turbulento trecho central e do movimentado bairro Batel, ela começa de forma simples e acolhedora, no Alto da XV. "Nós nem nos damos conta que esta é a mesma Visconde do centro da cidade. Por aqui tudo é muito calmo", brinca o morador da região Evandro Silva.

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