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A velha e provinciana Curityba de outros tempos está aos poucos voltando para contrastar e conviver com a metrópole moderna. Trata-se de uma nova onda que, graças à conscientização proporcionada pela valorização do conhecimento histórico, está mudando a paisagem da capital paranaense: a revitalização de imóveis antigos pertencentes a particulares. Contando com o incentivo da prefeitura, pequenos, médios e grandes empreendedores estão fazendo do resgate de construções outrora degradadas uma atração à parte em seus negócios.

Há vários exemplos de iniciativas desse tipo que têm dado certo. "Muitas pessoas que vêm até aqui se surpreendem pela história da casa e por vê-la restaurada. O resultado tem sido muito bom, pois os freqüentadores fazem muitas perguntas sobre o local e acabam voltando", afirma Eleonora Gomes, proprietária da Casa do Barão Bistrô e Arte, espaço cultural que foi originalmente erguido no final do século 19 e reformado há menos de um ano.

Além de livrar os imóveis seculares da decadência e do abandono, a preservação da herança arquitetônica impregnada de história dá nova utilidade à construção. No hotel Crowne Plaza, por exemplo, a casa de 1914 onde morou o artista e jornalista Augusto Stresser – anexa ao moderno prédio de hospedagem – hoje serve de espaço para ginástica e administração do local. Segundo Danilo Ribeiro, diretor operacional do hotel, o interesse despertado pela casa justifica o investimento. "Ela é o nosso bibelô. Os turistas estrangeiros, ficam muito impressionados. Aos sábados, noivas fazem fila para tirar fotos no local", ressalta o executivo.

Da mesma forma, o hotel Íbis Curitiba Batel também transformou a preservação em uma virtude. Segundo a Construtora Laguna, empresa responsável pela revitalização da casa do século 19 que hoje abriga o restaurante e a administração do hotel, a reforma propiciou a constatação de uma raridade: sob as camadas de tinta descobriu-se um autêntico representante da art déco, movimento arquitetônico que na época da construção da casa estava no auge na Europa.

Para Humberto Fogassa, arquiteto especialista em revitalizações e responsável pela restauração da antiga estação ferroviária de Curitiba, localizada onde hoje fica o Shopping Estação, as ações bem sucedidas podem estimular novos projetos de revigoração. "Vejo crescer o interesse por esse tipo de redescoberta, ao contrário do que percebia a uns dez anos. Acho que as iniciativas que deram certo motivam a realização de outros empreendimentos idênticos", analisa o arquiteto.

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