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É impossível falar de Santa Felicidade sem deixar de pensar em um bom vinho, na comida italiana e nas lojas de artesanato, como os produtos em vime que são produzidos no bairro. A lembrança é um reflexo da cultura trazida pelos imigrantes vindos da região de Vêneto, no norte da Itália, e se instalaram por aqui no final do século 19.

Segundo informações da Associação do Bairro de Santa Felicidade (Acisf), os imigrantes eram, em sua maioria, comerciantes, lavradores e artesãos que desembarcaram no porto de Paranaguá com intenção de se estabelecer no litoral. Mas o forte calor os obrigou a subir a serra em direção à Curitiba, e uma parte do grupo – 14 famílias – ficou na região de Taquaral, em terras doadas por uma senhora chamada Felicidade Borges. Daí o nome do bairro.

Na época, as famílias se dedicaram ao cultivo de milho, vinhedos, à criação de gado e às atividades comerciais, como os armazéns. A passagem de caminhoneiros, que almoçavam na região, tornou o local famoso pelos pratos italianos que hoje são conhecidos mundialmente.

Não é à toa que quem mora lá se orgulha de ser descendente de italiano. "As pessoas que vêm de fora se apaixonam por essa região. É um bairro que teve uma firme valorização que continua até hoje", afirma o proprietário da Imobiliária Casteval, Osvaldir Benato. Há 44 anos estabelecido em Santa Felicidade, ele conta que o bairro mudou das características coloniais para as de turismo, como uma forma de receber bem quem passa por ali.

Para Benato, a região extremamente arborizada se tornou um ponto forte para quem procura um lugar tranqüilo para morar. "É um bairro que tem vocação residencial, já que a lei de zoneamento não permite a construção de muitos prédios." Motivo que levou o engenheiro mecânico Luiz de Lima Buzelin a optar por morar no bairro: ele diz que precisava de mais espaço para os seus quatro netos brincarem. "Antigamente eu morava em um prédio, mas não tinha um lugar adequado para que as crianças pudessem se divertir." Natural de São Paulo, ele conta que conheceu o bairro quando ainda não morava em Curitiba. "Sempre vinha visitar a região, almoçava nos restaurantes daqui e apreciava o comércio."

Atualmente, as vedetes do mercado local são as casas em condomínios residenciais." Mais de 80% de locação e venda são para as casas em condomínios", diz a proprietária da imobiliária Kondor, Neusa Kutinskas. Ela conta que, há dez anos, os negócios envolviam basicamente terrenos, que hoje são escassos. "Quem procura lotes normalmente consegue encontrar nos bairros vizinhos, já que a região valorizou muito desde então."

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