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Área de separação do lixo no Parque Residencial Fazendinha: 1,3 tonelada diária de resíduos precisa ser destinada adequadamente | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Área de separação do lixo no Parque Residencial Fazendinha: 1,3 tonelada diária de resíduos precisa ser destinada adequadamente| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Opção

Cooperativas e recicladoras ajudam

Os condomínios podem contar com serviço de coleta, seleção e destinação dos resíduos por meio de cooperativas de catadores e recicladoras – além de estarem atentos aos dias e horários que passam os caminhões de coleta seletiva de lixo da prefeitura. Os resíduos considerados perigosos ou tóxicos – como pilhas, baterias, remédios, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes –, assim como óleo de origem animal e vegetal (em garrafas pet), podem ser levados nos 24 terminais de ônibus da cidade.

Para estes materiais, é adotado o sistema de logística reversa (recolhimento de produtos devolvidos por clientes após o fim do ciclo de vida), por meio de postos de postos de coleta localizados nos próprios estabelecimentos onde foram adquiridos. Mas, para que funcione, é preciso fiscalização, avalia Carlos Mazochi, do Secovi-PR. Segundo ele, há revendedoras que não estão cumprindo a nova lei. "Tentamos, por duas vezes, retornar lâmpadas fluorescentes após uso, mas não foram aceitas nas revendedoras, com alegação de que ainda não receberam nenhuma orientação do fornecedor", reclama.

  • Confira alguns exemplos do que pode e não pode ser reciclado

Imagine quanto lixo é produzido em um condomínio com 32 blocos, com 600 apartamentos, onde vivem 2,6 mil moradores. Algo em torno de 1,3 tonelada, considerando uma média diária de 500 gramas produzidos por pessoa, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não à toa, no Parque Residencial Fa­­zendinha, em Curitiba, esta é uma das grandes preocupações diárias pa­­ra a síndica, Siomara Freitas Kaltowski, e a equipe de sete funcionários. Ela conta que há latões pelo pátio e dentro dos blocos, divididos em orgânicos e não orgânicos, que têm as sacolas de lixo recolhidas todos os dias pelos funcionários e depositadas em uma área específica nos fundos do residencial.

"Devido ao volume, não temos espaço para que os moradores separem tudo por tipo de material. Para isso, catadores vêm todos os dias e fazem a seleção", explica Siomara. Entre todos os materiais, dois tipos permanecem no condomínio, para outra destinação. "O alumínio é levado pelas crianças para as escolas da região, para serem vendidos e revertidos em benefícios para elas mesmas. Os papéis nós vendemos e o dinheiro arrecadado é transformado em uma confraternização de fim de ano para os funcionários."

O procedimento vem dando certo, mas Siomara quer conscientizar mais moradores – já que, muitas vezes, eles não separam nem mesmo o que é alimento do que pode ser reciclável. "A ideia é fazer uma campanha com as crianças até 12 anos, que são cerca de 20% do total de moradores. O trabalho com elas tem impacto mais prolongado do que com adultos, principalmente quando trazem a orientação que recebem na escola", afirma a síndica.

De acordo com a Política Nacio­nal de Resíduos Sólidos, sancionada pelo governo federal no fim do ano passado após 20 anos de discussões, este é um bom exemplo da maneira ideal de descarte do lixo. Além dos consumidores acondicionarem ade­­quadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados – sob pena de multa de R$ 50 a R$ 500, em caso de reincidência após advertência, e detenção –, a lei 12.305/2010 determina que o destino do lixo seja de responsabilidade de todo o restante da cadeia en­­volvida, ou seja, fabricantes, im­­portadores, comerciantes e empresas de serviço público.

Conscientização

Mas, apesar de o curitibano ter boa cultura de separação de lixo orgânico do não orgânico, incentivada pelo programa Lixo que não é lixo, da prefeitura, o caminho ainda é longo, na opinião do vice-presidente de Administradoras de Condomí­nios do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Carlos Mazochi. "A falta de conscientização da população é o maior problema. Muitas vezes as pessoa põem material cortante de forma inadequada, sem embalar, sem preocupação com acidentes. É preciso que a prefeitura retome esse tipo de campanha, que já foi mais forte no passado."

Mazochi afirma que síndicos e administradoras têm trabalhado nessa orientação, mas é necessário que seja uma ação constante. "Mui­tos moradores têm preguiça de separar e resistência em carregar lixo." A segregação correta exige, no mínimo, cinco latões – para lixo or­­gânico, plástico, papel, alumínio e vidro – de cores padronizadas, conforme a Política Nacional de Re­­síduos Sólidos.

Para muitos condomínios acrescenta-se o problema da falta de es­­paço. Neste caso, eles deveriam tentar en­­contrar uma destinação específica, opina o administrador de condomínios George Gobetti, da CG Admi­nistradora, e insistir na informação. "Os dias nos quais passam os caminhões de coleta da prefeitura precisam ser reforçados e seguidos corretamente."

Espaço reservado

Em todos os projetos de condomínios da construtora Hestia, que faz reciclagem de resíduos desde a construção, são previstos espaços para depositar o lixo que pode ser reaproveitado. É responsabilidade do condomínio providenciar os tamboretes para a coleta seletiva, explica o engenheiro civil Volmir Selig, diretor técnico da Hestia. "No dia da entrega dos apartamentos aos moradores, fazemos uma palestra explicando os benefícios que esta atitude traz ao meio ambiente. No manual coletivo também orientamos sobre a separação adequada."

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