Espaço dos sonhos

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Em Sex and the City 1 – o filme – a protagonista Carrie Bradshaw, conhecida por ser adoradora de roupas e sapatos, frustra-se ao chegar em seu novo apartamento e ver um minúsculo armário no meio de uma cobertura de muitos metros quadrados. Seu eterno par, Mr. Big, presenteia a ama­­da com um closet enorme, so­­nho de qualquer mulher, que normalmente se vê maluca com muitas roupas e pouco espaço. Para quem não tem a mesma sorte que ela, mas quer dar adeus ao velho armário de vez, há opções para montagens de closet no mercado que vão de R$ 2.500 a R$ 45 mil. Acessórios como cabide iluminado, sistema de iluminação e de silêncio nas portas e gavetas (evitando que elas batam ao fechar), divisórias em veludo para guardar joias e bijuterias, cabideiro retrátil, cabides específicos (para gravatas e lenços), sapateira basculante e camiseiro são elementos que facilitam, e muito, o cotidiano, mas que encarecem o projeto final. "Clientes que optam por cabides com iluminação, por exemplo, podem pagar até quatro vezes mais, independentemente do tamanho do espaço. É um custo a mais que compensa. É importante ver o que realmente atenderá as suas ne­­cessidades", diz o diretor comercial do Grupo Móbille – Dell Anno, Jor­­ge Biff Netto. Com modelos diversos, há closets com ou sem portas. Sistemas como o reflectafloat, que "fecha" o am­­biente e, ao mesmo tempo, é um es­­pelho na parte externa, trazem praticidade ao mobiliário. "Esse tipo de mecanismo controla o calor e a luz do ambiente", diz o franqueado do Studio Florense, Luiz Carlos Pelizzer.

Optar por não fazer porta no local também é uma tendência. Na Closet & Cia, por exemplo, que faz os chamados closets ventilados (de aço revestido em vinil), um produto de 1,90 x 1,90 metro custa em mé­­dia R$ 2.500. "Com o clima de Curi­­tiba, mais úmido, fazer sem porta é aconselhável porque aumenta a ventilação e diminui o mofo", aconselha o arquiteto Thiago Florenzano.

O arquiteto consultor da Todes­chi­­ni Alto da XV, Alexandre Squarça, afirma que, mesmo que o closet seja dentro do quarto, é possível dispensar as portas. "Se fizer uma composição legal com o ambiente, o projeto pode ser todo aberto, desde que não fique direto de frente para a cama". Já elementos como o calceiro, segundo a ven­­dedora da Closet & Cia, Ca­­rolina Kovalski Figueiredo, estão "fora de moda". "Pendurar as calças em um cabide, além de permitir mais espaço, deixa o closet muito mais bonito e evita a bagunça de tirar uma roupa de cima da outra".

Os apartamentos cada vez menores acabam pedindo espaços projetados para aproveitar melhor o tamanho do ambiente e manter a organização. Todas as lojas consultadas pela reportagem (Studio Florense, Todeschini, Closet & Cia e Dell Anno) contam com um profissional que faz o projeto em um software próprio, conforme as medidas, que pode ser alterado quantas vezes for necessário até a execução do local. Do fechamento da compra até a mon­­tagem do closet, o tempo de es­­pera varia de 20 a 45 dias e, na maioria dos sistemas utilizados é possível desmontar o produto e remontar, em caso de mudança de domicílio.

Dicas

Não adianta se contentar somente com o desenho do closet no papel. O mais importante é pensar em tudo o que precisa guardar no local. "Em closets masculinos sempre têm de haver um espaço maior para cabides, já que eles se organizam melhor com roupas expostas", orien­­ta Caro­­li­­na. As mulheres que trocam muito de bolsa devem pensar em ganchos para pendurá-las e não podem esquecer da quantidade de sapatos que têm para guardar. "Muita gente não prevê isso e depois fica sem espaço e o closet perde a ideia de funcionalidade, além do consumidor ficar frustrado", diz Netto, da Dell Anno.

Caixas de acrílico são boas para organizar cintos, roupas íntimas e acessórios. Atenção também para a profundidade do armário. De acordo com Alexandre Squarça, da Todeschini, o mínimo é de 55 centímetros na parte interna. Em ambientes feitos com MDF ou MDP (painel e aglomerado de madeira), a espessura das prateleiras deve ter, no mínimo, 18 milímetros.

"Mais do que se encantar pela beleza do showroom, converse e analise o produto de outras pessoas que já compraram na loja para saber sobre a qualidade e se cumprem prazos", recomenda o arquiteto Thiago Florenzano. Observar o comportamento do consultor é outro bom parâmetro. "O bom profissional faz um levantamento minucioso, com o perfil do cliente e o tipo de roupa que ele mais usa. Também é importante não ir com pressa ao local, tire um tempo para explicar muito bem o que deseja", salienta Jorge Biff Netto.