
Com a ascensão do Ecoville (união dos bairros Mossunguê, Campina do Siqueira e Campo Comprido), criou-se uma ideia de que a Região Sul de Curitiba não acompanhava esse desenvolvimento. Um grande engano. Embora a área localizada no oeste da cidade tenha mesmo recebido grande número de lançamentos imobiliários e hoje seja responsável pela maior oferta, os bairros ao sul não ficaram distantes desse aquecimento da construção.
No ano passado, por exemplo, Portão, Capão Raso, Fazendinha e Novo Mundo foram responsáveis por 42% dos apartamentos (característica imobiliária mais marcante) lançados na capital paranaense. Esse índice representa 2.060 unidades. O Portão foi o principal responsável, representou em 2008 exatos 29,6% dos lançamentos verticais de Curitiba. A alta na liberação de alvarás aponta que os próximos anos devem continuar produtivos.
Assim como os lançamentos, a média de conclusão anual dos apartamentos também é elevada. De 2003 a 2008 tem sido de 454 unidades. A relação entre alvarás e construções concluídas mostra que, historicamente, o que é liberado é finalizado.
Padrões variados
Com ampla variedade de lançamentos, diversos padrões de empreendimentos têm sido lançados na Região Sul. Atualmente, esses bairros têm 34 prédios à venda. Ao todo, são 3.394 unidades ofertadas. Desse volume, os mais representativos são os apartamentos do tipo standard, correspondentes a 37,9%; e econômico, com 33,5% do total. Em números reais, 1.288 e 1.388 unidades, respectivamente.
Porém, são nos padrões mais baixos que o sucesso é mais visível. Dos 34 empreendimentos à venda, 16 são econômicos. Os chamados supereconômicos (que custam até R$ 120 mil) são esgotados com rapidez. Apesar de representarem 28,5% do que foi lançado (968 apartamentos), apenas 11,9% (105) ainda estão à venda.
Maria Tereza Adorian, corretora da imobiliária Nova Aurora, com atuação na região, explica o fenômeno de vendas dos apartamentos mais baratos. "Esses são bairros excelentes para se morar. Há uma infraestrutura digna do Centro, com um shopping center grande e outros de médio e pequeno portes, mas com um custo de vida bem mais baixo. Por isso, a classe média e média-baixa faz fila quando sai um empreendimento com custos razoáveis, principalmente até R$ 100 mil", diz.
Com esse perfil de padrão, os apartamentos da região têm preços bem abaixo da média da cidade. Sobretudo os de dois e três dormitórios, que chegam a custar 53,8% a menos do que o valor médio de Curitiba. No geral, um apartamento na Região Sul custa R$ 171 mil, enquanto em outras regiões da cidade sai por R$ 372 mil.Condição que atende famílias de renda média de R$ 2 mil, um pouco abaixo a da cidade (R$ 2,6 mil).
O Portão, no entanto, se levado em conta sozinho, tem renda familiar média de R$ 3,1 mil é a maior da região e superior à média da cidade. "A vantagem do preço com a praticidade de todos os serviços oferecidos fazem da Região Sul um endereço ideal para a classe média. Todos os meses vendemos diversas unidades para essas famílias, ainda em formação, e que procuram o primeiro imóvel" diz, Irene Azevedo, da Azevedo Imóveis, que atua no Portão, Novo Mundo e Capão Raso.





