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Edifício que incorpora o sistema das fachadas ventiladas: técnica ajuda no isolamento e é popular no hemisfério Norte, onde o inverno é mais rigoroso | Divulgação
Edifício que incorpora o sistema das fachadas ventiladas: técnica ajuda no isolamento e é popular no hemisfério Norte, onde o inverno é mais rigoroso| Foto: Divulgação

Comum nos Estados Unidos e em países europeus há muitos anos, as fachadas ventiladas começam, aos poucos, a ganhar espaço nas obras brasileiras. O sistema construtivo combina placas que são colocadas sobre as fachadas dos prédios a uma distância entre 5 e 20 centímetros da parede. Desta forma, elas garantem mais durabilidade à construção em si e, principalmente, mais conforto acústico, isolando o som externo, e térmico, retendo o calor e/ou evitando o aquecimento da área interna.

A explicação é simples, de acordo com o arquiteto Alexandro Trento, professor de engenharia civil da Universidade Positivo. Entre a fachada e a parede forma-se o que os profissionais chamam de "efeito chaminé". "A fachada fica afastada da parede e aberta nas extremidades. Assim, o ar entra, esquenta e sai por cima", explica. "Ela pode ser usada em uma face que receba mais calor ou que esteja voltada para o Norte."

Com isso, é possível, por exemplo, reduzir o consumo de energia com ar condicionado. "É uma solução usada em obras para as quais se pretende uma certificação de sustentabilidade como a Leed", diz Trento.

Nos países do hemisfério norte, onde o inverno é mais rigoroso e, por isso, é importante a manutenção do calor dentro dos ambientes, parte da cavidade formada entre a edificação e a fachada também é preenchida por uma camada de material isolante, como painéis de lã de vidro ou de rocha.

No Brasil

Há um ano, a empresa chilena Comintecc trouxe o swisspearl, de origem suíça, para o país. O produto funciona como uma espécie de pele protetora, já que a durabilidade, segundo o representante da marca, pode ultrapassar os 40 anos – a garantia é de 10 anos. O swisspearl é composto de cimento branco, fibras naturais, água e oxigênio. "O swisspearl foi testado no cloro e na maresia e resiste aos extremos de temperaturas - 80 graus positivo e 40 graus negativo. A resistência é grande", garante Marcel Moro, representante da Comintecc para os três estados da Região Sul. "Também seria uma forma de repaginar a fachada da edificação."

Como ainda o custo é elevado, as fachadas ventiladas são mais comuns em grandes obras. No caso do produto suíço, o custo médio é de R$ 500 o metro quadrado instalado – depende da metragem, cortes e curvaturas. "O swisspearl é indicado para arquitetura de grande qualidade", diz o representante. "A compensação ocorre pela não necessidade da manutenção de pintura, além de o produto permitir que seja aplicada publicidade", complementa.

Exemplo

De acordo com Moro, há mais de 15 milhões de metros quadrados instalados em empreendimentos mundo a fora. Alguns exemplos são a rede de cinema Cinemark dos Estados Unidos e a loja de roupas Zara na Eslovênia. Em ambos os casos, todos os estabelecimentos dessas redes contam com o recurso.

Mais próximo da realidade brasileira, o Chile é um país que incorporou as fachadas ventiladas nas suas obras, principalmente nas públicas. Doze estações do metrô de Santiago foram construídas com o produto. "No Chile, o uso está avançado. O Brasil é um país promissor, principalmente em relação as obras que serão realizadas visando a Copa do Mundo de 2014", conta Moro.

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