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Após a leitura da Sanepar, o zelador Fernando Carrão faz a checagem do consumo de água de cada apartamento. Para o síndico Márcio Cunha essa é a forma mais justa de cobrança | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Após a leitura da Sanepar, o zelador Fernando Carrão faz a checagem do consumo de água de cada apartamento. Para o síndico Márcio Cunha essa é a forma mais justa de cobrança| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O consumo de água é um dos gastos mais onerosos nas taxas condominiais e dividir esse custo é uma tarefa difícil de ser feita de forma justa. No rateio do consumo total, o repasse é feito de forma igual para quem gasta muito e para os que gastam pouco. "Os prédios geralmente têm medição global na entrada do prédio, o total mostrado nesse medidor é dividido pelo número de unidades do condomínio, uma cobrança que nem sempre é adequada", comenta Dirceu Jarenko, vice-presidente da área de condomínio do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi).

Ele explica que o consumo de água nas unidades pode variar muito dependendo do perfil do morador. Uma família de seis pessoas tem um consumo diferente de um estudante que usa o apartamento quase como dormitório.

Os hidrômetros individuais resolveriam o problema, mas a instalação na obra depois de concluída não é tão simples. Boa parte dos prédios de Curitiba não possui medição individual por apartamento, diz o engenheiro Vinícius Meyer, da construtora Plaenge. Ele explica que se o apartamento tiver várias colunas trazendo água da caixa até o usuário, um medidor deverá ser colocado em cada entrada. "Nos prédios antigos se usava muitas colunas individuais para o vaso sanitário, torneira, chuveiro. O custo se torna inviável."

A economia e a preocupação com o desperdício de água são um impulso para a implantação do sistema de medição individualizado. "Se a pessoa passa a pagar somente o que utiliza é possível economizar, já que terá o controle sobre o quanto gasta no mês. É um incentivo, já que ela vê resultados", diz Marcos Todeschi, coordenador de marketing da Sanepar. A companhia não tem dados oficiais da economia feita após a implantação dos medidores, diz que é pequena, mas sensível ao bolso do consumidor.

Em Curitiba, uma lei municipal de 2003, que diz respeito à economia de água, assegura que todos os prédios novos tenham leitores individuais. Um projeto de lei federal também já foi aprovado na Câmara e agora aguarda ser analisada pelo Senado.

Os prédios novos já são pensados com os medidores individuais, diz Meyer. "Hoje em dia não vejo como não utilizar medidores, seria um retrocesso."

No prédio que o síndico Márcio Cunha administra são 46 unidades, um gasto total de cerca de 1,3 mil metros cúbicos de água por mês. "Assim que a leitura da Sanepar é feita, um funcionário do prédio faz a leitura dos hidrômetros individuais e cobramos na taxa condominial."

Tecnologia

A Sanepar não faz leitura na área interna do prédio, essa função deve ser dos funcionários do condomínio. Para maior praticidade dessa leitura, algumas empresas trabalham com tecnologia avançada, como a leitura remota.

A francesa Actaris produz leitores individuais que usam a mesma tecnologia dos celulares para enviar as informações do prédio à uma central. O síndico pode checar pela internet os dados de cada unidade, facilitando a detecção de vazamentos. O serviço está disponível em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas ainda não há previsão de quando chegará ao Paraná.

A alemã Techem também produz leitores com tecnologia remota, via rádio, sem contato com os medidores. A empresa esteve recentemente em Curitiba conversando com síndicos e analisando o mercado. A intenção é trazer uma filial em breve.

Segundo o Secovi, responsável pelo encontro, a instalação de cada hidrômetro, incluindo a obra de reparos internos, custa, em média, R$ 550 por unidade.

Gás

O gerente de vendas do segmento urbano da Compagás, responsável pela distribuição de gás natural canalizado na capital, Mauro Melara, diz que a empresa faz a leitura dos relógios (dos medidores) e gera faturas individuais. "Os leitores são utilizados para gerar a conta do cliente e não para o simples rateio do condomínio sobre um total", comenta. Cada medidor custa em média R$150. O custo da obra varia muito de acordo com a estrutura adotada pelo prédio.

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