Versáteis
Materiais quase invisíveis, mas de alta tecnologia
Selantes, colas e impermeabilizantes. Materiais pouco observados pelo consumidor final, mas que estavam entre os mais de 2.500 lançamentos da Feicon Batimat 2010. A multinacional alemã Henkel montou o estande CasaColada Cascola para mostrar isso. Entre os lançamentos da marca está a embalagem de oito quilos da Cascola Tradicional sem toluol, a famosa "cola de sapateiro", usada por marceneiros e outros profissionais, sem cheiro, inovação apresentada ainda em 2009.
Outra empresa do setor, a Viapol, trouxe o selante Monopol, para o preenchimento de aberturas de vários materiais, de esculturas de mármore a caixilhos de porta, com fórmula renovada, mais resistente e fácil de ser aplicado, com secagem ao toque de até duas horas. Na mesma linha, o Monopol Asfáltico é indicado para selar trincar, fissuras e juntas em telhas metálicas e de fibrocimento. Já o impermeabilizante à base de resina acrílica Vedalage Color protege fissuras de lajes de cobertura, fundos de pintura, marquises, entre outras aplicações, nas cores bege, telha e concreto.
A Artecola trouxe o Afix, adesivo spray de alta resistência para pisos e revestimentos, que dispensa o uso de argamassa para a fixação e a torna muito mais rápida e fácil. Segundo a marca, a durabilidade de instalação não deve nada ao método comum.
Sistemas construtivos a seco e produtos que fazem o uso racional da matéria-prima e buscam a eficiência, com economia de água e luz foram os destaques da 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção, a Feicon Batimat 2010, feita este ano em conjunto com a 12ª edição da Feira Internacional da Indústria da Iluminação, a Expolux.O evento que ocupou o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, ao longo dessa semana, seguiu a mesma tendência de industrialização da construção civil que vem sendo apresentada nas edições anteriores. Tudo por conta do déficit de mais de 7 milhões habitações e de grandes projetos que tomaram o país: o plano de construir 3 milhões de moradias (1 milhão anunciado o ano passado e 2 milhões mais recentemente, com o Programa de Aceleração do Crescimento 2), a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016."A construção comum, em alvenaria (tijolos e cimento), não dará conta de tudo. Já está faltando mão de obra e o tempo passa. Os métodos de construção a seco são a saída para obras mais rápidas, eficientes e sustentáveis", diz Marcelo Vinhola, diretor comercial da Eternit S/A, empresa que diversificou suas atividades com a compra da Tégula (telhados e aquecimento solar) em fevereiro último e com o lançamento da linha de louças sanitárias ainda em 2009, e que ampliou suas linhas de telhas e placas cimentícias estas, em especial, voltadas para os métodos de construção a seco.Jeito de construir que lembram os brinquedos de montar, como o Lego, são frutos do desejo de industrialização da construção civil no país, em que as partes da casa chegam prontas no local de obra, sem desperdício de material ou excesso de mão de obra. Nessa linha dois outros métodos chamaram a atenção na Feicon Batimat 2010: a Casa Cerâmica, feita por meio de uma parcerias entre empresas privadas, e a Casa de Compósitos (plástico reforçado com fibras de vidro), da Associação Brasileira de Materiais Compósitos (Abmaco).A primeira usa blocos de cerâmica estruturais para construir uma casa de 52 metros quadrados em seis dias, com apenas 12 trabalhadores, a um custo aproximado de R$ 35 mil. "Os pontos da estrutura que exigem um reforço por causa de um esforço (compressão) maior têm os tijolos preenchidos com graute (feito de cimento portland e outros materiais, como brita). No acabamento tudo é feito direto no bloco cerâmico, sem necessidade de chapisco, o que também otimiza tempo", ressalta Sandro Roberto da Silveira, da diretoria da Cerâmica Palma de Ouro, empresa que na união para montar a Casa Cerâmica é responsável pela fabricação dos blocos cerâmicos. Segundo ele, São Paulo e Porto Alegre são duas das cidades que mais têm aplicado a técnica em construções habitacionais com homologação da Caixa Econômica Federal nenhum sistema construtivo vai para frente no Brasil sem a aprovação dos engenheiros da instituição bancária federal, já que só assim esses projetos financiados.
Plástico
A Casa da Abmaco tem 37 metros quadrados de paredes formadas por painéis sanduíche de compósitos, poliestireno com células fechadas e poliuretano, colados com adesivo estrutural, produto de alta performance usado não só na construção civil, mas também nas indústrias automotiva e aeronáutica. "É o resultado de um trabalho que começou ainda em 2003 e que foi homologado pela Caixa Econômica Federal em 2009. O primeiro condomínio com o sistema está sendo construído em São Leopoldo (RS), pelo Minha Casa, Minha Vida", conta o membro da Abmaco e coordenador geral da MVC Soluções em plástico, empresa de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, Erivelto Mussio. Uma casa como a do estande da Feicon Batimat 2010 leva cerca de 10 dias para ser construída, com o trabalho de seis funcionários e um custo de cerca de R$ 26 mil. A Casa de Compósitos tem, segundo a Abmaco, uma resistência maior a incêndio e ao impacto que a alvenaria comum, e melhor conforto térmico e acústico. "Outro ponto importante é que usa materiais reciclados em sua composição. Qualquer sobra de material, fruto de uma reforma ou alteração em uma construção assim, pode ser totalmente reciclada", observa Mussio.
Chuveiros híbridos
A Lorenzetti e a Corona, fabricantes de chuveiros elétricos e outros produtos do gênero, levaram três lançamentos ideais para casas que combinam o aquecimento elétrico com outros, como o solar. O novo Corona Flex Eletrônico funciona tanto como ducha elétrica, quanto como sistema complementar para qualquer tipo de aquecedor (solar, a gás ou elétrico) e possui um controle eletrônico preciso de temperatura.
A Bella Ducha 4T e Ducha Fashion, ambos da Lorenzetti, são compatíveis com aquecedores solares, com quatro opções de temperatura, cores variadas e um espalhados grande.
Novas tomadas
As gigantes do setor elétrico, como a Simon e a Pial Legrand, acompanhando a mudança do padrão de plugues e tomadas iniciada ainda em 2006 e que deve chegar ao fim em 2011, lançaram novas linhas que apresentam design próprio e facilidades necessárias neste e nos próximos anos: os adaptadores para as velhas tomadas. As mudanças que se resumem na troca de todos os modelos existentes (pinos chatos, redondos, triplos, etc) por pinos redondos e triplos (estes para aparelhos que necessitam de ligação com o aterramento da edificação, como geladeiras), com tomadas com um recuo que evita o contato com os dedos e um possível choque exterminaram uma figura frequente nas casas brasileiras: o benjamin ou "T". Agora só são fabricadas as chamadas réguas.
Design
Se a Simon investiu em uma linha de tomadas com frentes destacáveis e para personalização, a Esteves, fabricante de metais sanitários, apresentou um sifão com nova função no banheiro, a decorativa. Mais do que escoar a água e evitar que o cheiro do esgoto entre nos ambientes, os três modelos de sifão lançados pela empresa paulista podem ficar à mostra.
Na fabricante de piscinas de vinil e outros aparelhos da área, a Sibrape, a inovação de design ficou com o lançamento de um novo padrão de manta, o Pastilha de Murano, inspirado na técnica italiana do vidro artesanal. Um sistema que controla o funcionamento da piscina com o de iluminação (Control Box) e um refletor (Pool Lights Plus) que contém 36 LEDs e executa até 22 efeitos complementam o visual personalizado das piscinas da marca.Um desenho mais útil do que simplesmente bonito foi o trunfo do lançamento da gaúcha Jackwal, de metais e complementos. A linha Access tem um conjunto completo de barras e apoios que seguem a NBR 9050, a norma técnica da Acessibilidade. O produto foi lançado especialmente na Feicon Batimat 2010 e deve estar nas grandes redes de lojas de construção em breve. *A jornalista viajou a convite da Eternit S/A
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