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Conviver com o barulho dentro de casa é uma situação comum a boa parte dos moradores dos imóveis, em especial daqueles que tem um apartamento como endereço. O avanço da tecnologia e dos sistemas construtivos são importantes aliados para garantir o conforto acústico, mas antes de sair reformando a casa é preciso identificar a fonte do ruído.

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O arquiteto Adriano Lucio Dorigo, professor da Universidade Positivo, explica que ela pode ser dividida em duas categorias: externas e internas. A primeira refere-se, principalmente, ao trânsito da rua onde o imóvel está localizado e à proximidade dele a bares, restaurantes ou a outros estabelecimentos que costumam gerar ruídos.

Contar com trechos de linhas férreas e aeroportos na vizinhança ou estar “na rota” dos aviões são outros fatores que podem potencializar o incômodo relacionado ao barulho. “Quando mora perto de uma destas fontes a pessoa se acostuma, consegue dormir, mas isto não significa que [o barulho] não seja prejudicial em termos de saúde”, explica o arquiteto.

Norma de desempenho

A Norma de Desempenho nº 15.575 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que versa sobre o desempenho das edificações, contempla itens relacionados ao conforto acústico dos imóveis.

Publicada em 2013, ela estabelece o desempenho mínimo de paredes, lajes, janelas e demais elementos construtivos dos empreendimentos construídos a partir desta data.

Ele acrescenta que salões de festas e playgrounds também podem entrar nesta lista, principalmente se o imóvel tem janelas voltadas para estes espaços. “As fontes externas são itens que o morador tem condições de perceber já no momento da escolha do imóvel”, lembra.

Barulho do vizinho

Situação oposta é a dos ruídos que vêm do apartamento vizinho, geralmente detectados somente após a mudança. Entre eles destacam-se o caminhar com salto alto, o alto volume da TV ou do aparelho de som e o arrastar de móveis – tais itens também contribuem para a geração de barulho entre os cômodos do próprio imóvel.

O que fazer

Os principais pontos para garantir o conforto acústico dos imóveis referem-se ao estudo e ao projeto prévio da construção, que deve considerar as características e as fontes de ruído do local.

Neles é possível selecionar os materiais mais adequados para as paredes externas, como tijolos maciços em substituição aos furados, por exemplo, e dispor o layout dos cômodos de forma a contribuir para a redução do ruído. “Se a rua é muito barulhenta, deve-se evitar colocar os quartos de frente para ela”, exemplifica o arquiteto e mestre em acústica Marco Losso, da Acústica Arquitetura.

Se o imóvel já estiver construído, as opções para minimizar o desconforto vão desde o fechamento de frestas em portas e janelas – com a instalação de borrachas de vedação e de massa em todo o perímetro da esquadria/caixilho no momento da instalação – até a substituição delas por modelos mais eficientes no isolamento acústico, como portas maciças no lugar das ocas.

“Aumentar a espessura das paredes [e lajes] por meio da instalação de uma ‘segunda pele’ de drywall [‘recheada’ com lã mineral] ou de uma manta acústica no forro, são outras soluções que podem ser adotadas”, sugere Dorigo. Tal medida contribui, por exemplo, para reduzir o ruído da tubulação hidrossanitária do prédio, assim como o que vem das unidades vizinhas.

Em todos os casos, a consultoria de um profissional habilitado é fundamental para identificar corretamente a fonte do barulho e a melhor solução para minimizá-la.

Mão de obra

Além do estudo da área e do projeto prévio da construção, a qualidade da execução da obra é outro item fundamental para garantir o conforto acústico do imóvel. Por isso, o arquiteto Marco Losso, da Acústica Arquitetura, orienta que a mão de obra contratada tenha experiência na execução de projetos que contemplem a preocupação acústica ou que, pelo menos, ela siga fielmente suas determinações para que a construção ocorra da forma correta.

“Se a mão de obra não conhece esses detalhes ou não segue o projeto ela pode colocar tudo a perder. Então, também é importante que o autor do projeto acompanhe a obra para ver se ele está sendo seguido”, reforça.

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