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Fiação que liga a rede de distribuição de energia e dados ao restaurante foi enterrada, proporcionando à fachada um visual mais limpo | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Fiação que liga a rede de distribuição de energia e dados ao restaurante foi enterrada, proporcionando à fachada um visual mais limpo| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Copel tem norma técnica para enterrar fiação

A Copel tem normas a manuais de orientação para os proprietários que desejam substituir o cabeamento aéreo pelo subterrâneo .

Para enterrar os cabos que saem da rede até a entrada do imóvel, o proprietário deve seguir a Norma Técnica Copel Nº 901100 (http://migre.me/nZAbo), que regula a ligação subterrânea e dá orientações sobre como o consumidor deve proceder. A execução e os custos da obra ficam a cargo do interessado – não há taxas a serem pagas para a Copel.

Há também a possibilidade de que toda a rede de distribuição seja transferida para dutos subterrâneos no trecho de interesse do proprietário do imóvel, mas o custo é bastante elevado. O procedimento precisa ser aprovado pela Copel e pode não ser viável em casos de o subsolo estar totalmente ocupado por outros serviços, como água e esgoto, por exemplo.

Parceria

Prefeitura, Copel e empresas se unem para eliminar fios irregulares

Em 2014, 108 quadras de importantes ruas e avenidas tiveram a instalação da rede de distribuição de dados regularizada em Curitiba. O número é resultado de uma operação conjunta entre a prefeitura e a Copel que começou com a retirada de postes irregulares na Avenida Visconde de Guarapuava, em abril de 2014. Várias empresas de telecom que atuam na capital também se comprometeram a obedecer à legislação , além de ceder equipes próprias à prefeitura para a retirada de cabos soltos e abandonados nos postes. "Durante muitos anos a cidade não fez nenhum esforço para combater o uso irregular . Quando o prefeito decretou a apreensão dos fios e postes irregulares, as empresas começaram a dialogar com a prefeitura", conta Ricardo Mac Donald Ghisi, secretário Municipal de Governo. Segundo ele, o custo para o cabeamento subterrâneo é cerca de 10 vezes mais caro do que o aéreo.

Com esse novo entendimento, foi criado um grupo de trabalho que propôs o enterramento dos cabos de energia e transmissão de dados, cujo primeiro trabalho foi realizado na Rua Comendador Araújo, com a retirada de 40 postes. O próximo passo será a remoção de 14 postes na Rua Barão do Serro Azul.

O objetivo, segundo o secretário, é tentar viabilizar a fiação subterrânea nas regiões de maior movimento da cidade. Para isso, o grupo estuda a possibilidade da abertura de uma concorrência pública de concessão para que uma empresa fique responsável pela construção dos dutos, prestando o serviço às operadoras. "Há muita coisa para fazer. Por ora, temos um trabalho ordenado e conjunto em andamento permanente e uma solução técnica em estudo", avalia Ghisi.

Indispensáveis para fornecer a eletricidade, telefonia e internet, os cabos de transmissão também trazem transtornos à cidade. O emaranhado de fios polui o visual de ruas e avenidas e pode, quando mal instalado, comprometer a segurança do trânsito e dos cidadãos. Para tentar amenizar esse impacto, iniciativas isoladas de proprietários de imóveis se somam às ações realizadas pela prefeitura para a ampliação da rede subterrânea.

Um exemplo foi a ação adotada no projeto do novo restaurante Taisho, no Rebouças. Os cabos que fazem a ligação da energia da rede da Copel até a entrada do empreendimento foram enterrados, eliminando a fiação perpendicular que ficaria suspensa sobre a calçada e limpando a fachada do restaurante.

Raul Rapcinski, engenheiro civil e proprietário da Construtora Rapcinski, que executou a obra, conta que ideia surgiu quando eles precisaram solicitar à Copel a relocação de um poste, que estava instalado em frente ao futuro estacionamento do restaurante."Tínhamos um projeto aprovado na Copel no qual constava que iríamos enterrar a fiação, descrevendo a bitola dos dutos e dos canos", lembra.

Tornar subterrânea a fiação que sai da rede para o imóvel não demanda grande esforço operacional, mas implica um custo entre 30% e 40% mais caro do que a instalação aérea tradicional devido aos gastos com dutos, isolamento duplo e tamanho da bitola dos cabos, detalha Rapcinski. "Há vários casos de empreendimentos que optaram por esta solução, como o Shopping Mueller. É uma questão de o cliente querer arcar com os custos, cujo retorno viabiliza o investimento no longo prazo", acrescenta o engenheiro.

Benefícios

A despoluição visual é um dos principais benefícios que a fiação subterrânea poderia trazer para a cidade, caso fosse utilizada em larga escala. Além de melhorar o aspecto visual das fachadas dos empreendimentos públicos, privados e dos edifícios históricos, a medida seria excelente para a qualidade do desenho urbano da cidade, afirma o arquiteto Rodrigo Freire, sócio-proprietário da Proa Arquitetura Integrada, que assina o projeto do novo Taisho. Outro aspecto, segundo Freire, é o aumento da segurança, já que o cabeamento subterrâneo reduz a ocorrência de acidentes envolvendo a rede elétrica.

Legislação

Em dezembro de 2014, os vereadores aprovaram em segunda votação na Câmara de Curitiba um projeto de Lei que prevê a substituição gradativa do cabeamento aéreo pela rede subterrânea na capital num prazo de seis anos. O projeto está sendo analisado pelas secretarias relacionadas ao tema e aguarda a sanção do prefeito Gustavo Fruet.

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