Inimigo dentro de casa

• 0

A aproximação do inverno traz um risco à saúde: a combinação de casa fechada e acessórios residenciais mal higienizados. Itens presentes em grande parte das residências, os carpetes, tapetes, estofados, cortinas e persianas exigem, além da manutenção rotineira, uma limpeza profunda periódica, para evitar que se tornem ambientes propícios à proliferação de elementos prejudiciais à família.

Para uma higienização eficiente, capaz de eliminar a sujeira profundamente instalada nos acessórios, é preciso uma série de cuidados, produtos e maquinários específicos que tornam o procedimento inviável de ser feito pelo morador. Neste caso, a solução é mesmo procurar um bom profissional especializado. "Para atingir as camadas mais profundas tem de usar produtos direcionados, por um tempo específico e com uma aplicação própria para cada material. É um trabalho complexo", explica Hamilton Stadler, técnico em limpeza e proprietário da Home Clean, empresa especializada na lavagem de carpetes, tapetes, estofados e cortinas.

O processo de limpeza profissional consiste na aplicação de produtos que eliminam a sujeira e combatem as substâncias indesejadas – como antiácaros, antimofo e antigermes, por exemplo. É possível ainda, optar pela impermeabilização do acessório. Isso irá garantir a proteção por mais tempo contra manchas, causadas por resíduos líquidos.

Com a tecnologia avançada, já é possível a limpeza a seco (com secagem instantânea) para a maioria dos itens. Mesmo nos processos a base de água, produtos específicos de secagem reduziram os prazos em que o acessório fica úmido, de dias para apenas horas. A periodicidade varia de acordo com o acessório, assim como o custo total do procedimento. "Para carpetes e tapetes, o ideal é levar a um profissional a cada seis meses. No caso de uma persiana, a periodicidade é maior, a cada três anos, em média. O custo porém, é mais alto no segundo caso", diz José Carlos Lorenzatto, franqueado da rede de limpeza Jani-King.

Para manter a limpeza por mais tempo, os especialistas advertem: não se pode abrir mão da manutenção no dia-a-dia. Embora não eliminem os resíduos mais profundos, a conservação rotineira diminui o seu acúmulo. "Sempre instruímos o proprietário sobre a melhor forma de se conservar o acessório em casa. Isso tornará a higienização mais duradoura e eficiente", afirma Lorenzatto.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil 60 milhões de pessoas sofrem de algum problema respiratório. Embora existam diferentes causas para isso, a falta de manutenção em carpetes, tapetes, estofados e cortinas é um dos principais vilões. "Estes itens armazenam uma grande quantidade de ácaros, fungos e bactérias que levam, principalmente, às alergias respiratórias ", afirma o médico especialista em alergia e dermatologia e membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, Maurício Martins.