Janela decorada

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As persianas, que antes apenas impediam a entrada da luz e davam privacidade ao ambiente, transformaram-se em objetos de decoração. As opções de materiais mostram a evolução do produto e as tendências. Depois das lâminas verticais, de tecidos duros, alumínio e PVC, as horizontais ganharam a preferência de consumidores e profissionais de decoração, sendo feitas também com outros materiais, como a madeira e tecidos mais maleáveis.Outra mudança marcou o desenvolvimento das persianas: o acionamento. Além das tradicionais cordinhas para suspender e baixar e o bastão para controlar a abertura das lâminas, há sistemas mais suaves, como uma única corda que faz subir e descer as lâminas e que limita a força usada para o acionamento, ou o sistema motorizado, que pode ser configurado para funcionar automaticamente. As persianas podem ser instaladas em janelas no teto ou com formatos diferentes, como as existentes em sótãos. Porta-janela pode receber o artigo, porque existe um acionamento na horizontal, assim como um que permite que se recolha por cima. Dentre os materiais o mais conhecido é o alumínio, bastante usado em projetos de decoração, que evoluiu com as preferências do mercado. Para José Carlos Martinelli, diretor geral da fábrica e loja Persianas Paraná, a persiana em alumínio com as lâminas mais espessas, de 50 milímetros, é um artigo procurado, principalmente as que têm fitas decorativas sustentando a estrutura. "O alumínio esteve na moda nos anos 1970 e volta pouco a pouco, com uma apresentação mais moderna de lâminas mais grossas e fita", diz.Jô Martins, proprietária da loja Jô Martins Persianas e Tapetes, comenta que "essas novas características ajudaram a sofisticar mais os ambientes."

Outros acabamentos foram inseridos nas coleções, tanto nas lâminas de 50 milímetros quanto nas mais finas, de 16 e 25 milímetros. Na loja de Jô Martins, que revende produtos da marca holandesa Luxaflex, do grupo Hunter Douglas, há opções de alumínio escovado, texturizado e perfurado, o que confere mais ou menos privacidade e iluminação, dependendo do diâmetro dos furos. A linha On­­dulette vendida no local traz lâminas esculpidas de formas diferentes umas das outras que, quando fechadas, formam desenhos de ondas, cubos e diamantes.

As persianas de madeira também são muito procuradas. Para Valmor Figueiredo, diretor comercial da fabricante, revendedora e loja Vertical Persianas, ela é usada por sua capacidade de integração ao ambiente. "Fica em harmonia com todas as decorações, da mo­­derna à clássica", avalia.

Na loja de Jô Martins, são apresentadas três coleções em madeira. A Piano é uma linha com duas opções, branca ou preta, feita com lâminas em madeira laqueada e de 63 milímetros. A Leather apresenta lâminas de 50 milímetros em madeira revestidas com couro e costuradas à mão. As outras linhas da coleção Country Woods têm lâminas de madeira ou material que imita, de 63, 50 e 35 milímetros.

Segundo recomendações da Vertical Persianas, se a janela tem mais de seis metros quadrados é aconselhável que a persiana de madeira seja dividida em duas peças, ou motorizada, porque a quantidade e o tamanho das lâminas deixam-na muito pesada.

Conforto visual

Para a arquiteta Eliana Franklin, a tendência do momento são as persianas de tecido, por serem simples e pelas características que conferem ao ambiente. "O tecido oferece um aconchego maior e gera pouco volume, traz linguagem mais limpa do que uma cortina de fato, típica da decoração dos anos de 1980/1990", explica.

Essa limpeza visual foi um dos itens procurados por ela ao projetar a sala de um apartamento duplex no Alto da XV. Os donos, um casal jovem com filho pequeno, queriam diminuir a claridade sem perder a vista. Com isso, a arquiteta optou por cortinas Romanas em todas as janelas do ambiente, que integra a sala, o home e a churrasqueira, com móveis que priorizam a madeira em desenhos limpos. Quando estendida, a cortina Romana fica reta. Ao ser recolhida, acionada por cordões, fica dividida em gomos, que fazem as vezes das lâminas tradicionais. "O tecido branco não interfere na vista e combina com a linguagem: conforto e despojamento aliados à sofisticação e à contemporaneidade", diz Eliana.

Assim como a Romana, outras persianas também são muito semelhantes às cortinas, mas apresentam os mesmos sistemas de acionamento das persianas. A linha Silhouette da Luxaflex é composta de persianas com telas e tecidos, que oferecem blackout total ou apenas um controle da luminosidade, caso da Originale, uma das mais básicas da linha. Já a Odysee é apontada por Jô como uma das grandes novidades: conforme a basculação, se expande ou se contrai, formando lâminas independentes.

Na Persianas Paraná, a persiana vertical ganha uma nova roupagem, com lâminas em PVC revestidas com tecido voile chamada de Cortina Lumière. Mas as horizontais ainda têm mais espaço, como a Rolô, feita com tecido rústico de fibra natural, uma das preferências dos clientes da loja, segundo Martinelli. O produto fica reto quando estendido, como uma cortina, mas quando recolhido, é enrolado no alto. Para compor a persiana, pode-se escolher entre diferentes tecidos, como o Filtra Sol, feito com 62% de PVC e 38% de fibra de vidro. "Além de controlar a luminosidade, controla a temperatura no ambiente e a incidência de raios UV. Recomendamos principalmente para janelas de teto."

Na Vertical Persianas, há produtos com o mesmo princípio, como a Cortina VF, de tecido Soltis desenvolvido pela fabricante francesa Ferrari. Ele apresenta microfuros, que permitem a entrada de luz sem desconforto. Controla-se essa entrada escolhendo furos maiores ou menores. "O material permite a sensação de liberdade visual. Pode-se fechar a cortina sem perder a visibilidade. Essa é a grande tendência: o aproveitamento da luminosidade natural", revela Figueiredo.