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O arquiteto em seu atelier em Paris: talentoso e hiperativo, nunca parou de pintar | Fotos: Wikimedia Commons e Fondation Le Corbusier
O arquiteto em seu atelier em Paris: talentoso e hiperativo, nunca parou de pintar| Foto: Fotos: Wikimedia Commons e Fondation Le Corbusier
  • No Palácio Iguaçu, em Curitiba, influência do pensamento corbusiano que se espalhou pelo mundo
  • No projeto da Villa Le Lac, à beira de um lago na Suíça, o mestre deixa clara a relação entre paisagem e arquitetura
  • Prédio público em Chandigarh, na Índia, que

Para falar sobre arquitetura moderna é obrigatório citar o nome de Le Corbusier. Orlando Ribeiro, presidente da seção paranaense da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, considera Le Corbusier "fundamental" – o mestre é responsável por grandes mudanças no pensamento arquitetônico, diz. O professor, escritor e arquiteto Irã Dudeque afirma que Le Corbusier é "o maior arquiteto do século 20".

O legado corbusiano está em várias edificações icônicas de Curitiba, observa Dudeque. Entre elas, se destacam o palácio Iguaçu, a Reitoria da Universidade Federal do Paraná e o edifício construído como sede do Instituto de Previdência do Paraná.

A lista de profissionais que recebeu influência de Le Corbusier em projetos executados na capital paranaense também é extensa – notadamente a partir da geração de arquitetos e engenheiros que veio de São Paulo nos anos 60 para lecionar no recém-fundado curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPR.

Os ecos de Le Corbusier prosseguem e alcançam o século 21. Irã Dudeque ressalta que o prédio de pós-gra­duação da Universidade Positivo traz uma homenagem do arquiteto Manoel Coelho. "A edificação tem ‘chifres’ lembrando o período em que Le Corbusier trabalhou na Índia. É uma citação poética", explica.

Conexão

São muitas as ligações de Le Corbusier com nosso país.­ Por isso, os brasileiros que visitam a exposição que está no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York, não devem se surpreender ao ver a projeção de um filme com imagens que ele captou em viagem ao Rio de Janeiro: os fotogramas trazem o olhar do arquiteto sobre praias, favelas e seus moradores, palmeiras do Jardim Botânico e ondas do mar em ângulos belos e inusitados.

Le Corbusier viajou pela América do Sul a trabalho e esteve no Brasil mais de uma vez. Em terras tupiniquins, teve reuniões com Lucio Costa, Oscar Niemeyer – então um jovem promissor – e outros arquitetos modernistas na década de 30. Com a equipe de Costa, Le Corbusier assinou o mundialmente conhecido projeto do Ministério da Educação no Rio de Janeiro.

Artista múltiplo

O mestre da arquitetura não se limitava às pranchetas. Multifacetado, Le Corbusier era, antes de tudo, artista plástico. Conviveu com nomes como Klimt e Picasso e não parou de pintar (e expor) até o fim da vida.

Foi também urbanista, designer, pensador e escritor; fotografava, lecionava e ministrava palestras pelo mundo, além de participar de instituições de artes e arquitetura.

O mundo de Le Corbusier

A multiplicidade do artista se descortina na exposição Le Corbusier: an Atlas of Modern Landscapes, que ocupa todo o sexto andar do museu de arte moderna novaiorquino até dia 23 de setembro. Um livro sobre a mostra está à venda pelo MoMA. Depois, a exposição – realizada em parceria com a Fondation Le Corbusier, de Paris – vai para Barcelona (de janeiro a maio de 2014) e Madrid (de junho a outubro).

Para quem é apaixonado pela vida e obra do arquiteto, vale a pena programar uma viagem ou tentar conciliar a ida a uma dessas cidades com uma demorada visita à mostra. Quem não conhece Le Corbusier vai se surpreender.

Nascido na Suíça em 1887, Charles-Édouard Jeanneret adotou o nome que entraria para a posteridade em 1920 e naturalizou-se francês em 1930. Concebia a arquitetura e o urbanismo considerando sempre a natureza: a paisagem merecia, segundo ele, ser homenageada como cenário para a vida do ser humano.

Autor de obras grandiosas e vanguardistas, além de projetos urbanísticos para várias cidades, ele fez dezenas de prédios, conjuntos de edificações públicas e de habitações populares, conventos, igrejas, residências e instituições em diversos paí­ses – entre elas, a Maison du Brésil na Cité Universitaire de Paris, com Lucio Costa.

Era, porém, na pequena cabana construída ao lado do mar Mediterrâneo, na vila de Roquebrune-Cap-Martin, na França, que Le Corbusier se sentia mais feliz. Passava lá todos os verões com a esposa Yvonne. Na velhice, não parou de trabalhar, mas chegou a dizer que gostaria de morrer à beira-mar, em seu refúgio. Em 27 de agosto de 1965, partiu como queria: na praia que adorava e sob o céu mediterrâneo.

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