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Sistema “wood frame” da empresa Tecverde: residên-cias de qualidade, erguidas em tempo recorde e com menos pessoal | Divulgação
Sistema “wood frame” da empresa Tecverde: residên-cias de qualidade, erguidas em tempo recorde e com menos pessoal| Foto: Divulgação
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Wood Frame

Sistemas construtivos ganham mercado

Tecnologia é o segredo para o uso adequado da madeira em construção. "Parece brincadeira de criança, mas tem muita tecnologia", comentou o engenheiro Guilherme Stamato ao apresentar modernas edificações na Europa e nos EUA.

Sistemas construtivos industrializados, que saem de fábrica prontos para montagem no canteiro da obra, passam longe da forma como os brasileiros encaram a construção em madeira. "O próprio termo ‘casa pré-fabricada’ ficou estigmatizado. Logo se pensa em baixa qualidade, pois ficou enraizado na nossa cultura que alvernaria é melhor", observou Stamato. Ele defendeu que o assunto seja melhor visto pelas universidades. "É preciso que o engenheiro brasileiro tenha essa formação", apontou.

A empresa curitibana Tecverde, que produz sistemas construtivos com a técnica Wood Frame, vem abrindo mercado. Além de residências de alto padrão em Curitiba, está presente em um condomínio de residências de interesse social em Pelotas (RS). O engenheiro civil da Tecverde, Lucas Maceno, que participou da palestra no Sinduscon-PR, disse que as vantagens da construção em "wood frame" incluem, além de rapidez, menor desperdício e barateamento da obra, maior conforto térmico e acústico para os moradores.

Em um país com grande demanda por residências de interesse social, o atraso no uso de tecnologia para a madeira na construção civil é um contrassenso. No Canadá e nos EUA mais de 90% das construções são feitas à base de madeira processada industrialmente – e em muitos países europeus as obras alcançam evoluções inovadoras. Edifícios de até seis pavimentos estão sendo erguidos com estrutura de madeira.

Muitas questões influem nesse descompasso, entre elas a falta de informação sobre sistemas construtivos seguros. Para mudar a visão sobre a madeira na construção, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) vem promovendo palestras para empresários, engenheiros e produtores. A expectativa é que os resultados apareçam em médio prazo – por enquanto, iniciativas bem-sucedidas são casos isolados.

Com apoio do sindicato local das empresas de construção, o Sinduscon-PR, e da Associação Paranaense dos Engenheiros Florestais, a entidade quer abrir os olhos do setor para um novo horizonte: construir com madeira de florestas plantadas pode ser mais barato, rápido, limpo e seguro. Esse foi o tema das palestras ocorridas na última terça-feira no Sinduscon-PR. O engenheiro e especialista Guilherme Stamato, de São Paulo, mostrou construções comerciais e residenciais no Brasil e no mundo e falou sobre técnicas disponíveis.

Para se tornar uma opção construtiva mais sustentável, econômica e durável do que o tijolo sobre tijolo, a madeira passa por um ciclo que começa no plantio, passando pelo corte e industrialização. "Existe a ideia de que o pinus apodrece. Isso acontece quando é colhido antes da hora. Com a adequação de tempo e aplicação de técnicas, torna-se um material resistente", exemplifica Stamato.

Uma das vantagens da madeira plantada é ser mais sustentável do que a alvenaria – é o único material renovável entre os mais usados na construção civil. "Aço e concreto emitem grande quantidade de CO2 e outros poluentes", diz. "Já a produção de madeira é praticamente feita pela fotossíntese, retirando CO2 da atmosfera e devolvendo oxigênio".

O engenheiro derruba outros mitos sobre a madeira, como durabilidade, resistência e manutenção. Do ponto de vista estético, revela soluções arquitetônicas variadas com argumentos técnicos somados ao conhecimento de causa: há alguns anos, Stamato abriu uma empresa especializada em diagnóstico e soluções para uso do material.

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