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Na loja Piccola Brotto, em Curitiba, redução do imposto é usada para chamar clientes | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Na loja Piccola Brotto, em Curitiba, redução do imposto é usada para chamar clientes| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

A isenção do Imposto sobre Pro­­dutos Industrializados (IPI) para móveis está em vigor desde o dia 27 de novembro, meses depois de outros produtos, como eletrodomésticos de linha branca e ma­­teriais de construção, ganharem o benefício. A alíquota so­­bre os produtos varia entre 5%, nas linhas de guarda-roupas, racks, estantes e camas, e 10%, no valor cobrado por estofados e móveis tu­­bulares, como beliches e camas.Algumas entidades do setor chegaram a prever reduções maiores do que as alíquotas no valor final dos móveis. Maristela Longhi, presidente da Associação da Indústria de Móveis do Rio Gran­­de do Sul (Movergs), o principal polo da indústria moveleira do país, disse, no dia da decisão do governo, que a medida deveria provocar uma redução da ordem de 20% para os preços ao consumidor.

Nas lojas de móveis o que se vê é a redução entre 10% e 15%. "Au­­­xiliados pela redução do IPI, os lojistas acabam concedendo outros descontos", analisa José Luiz Diaz Fernandez, presidente da Associação Bra­sileira das In­­dústrias do Mobi­liário (Abimo­vel).

Na opinião de Marco Brotto, pro­­prietário da loja Piccola Brot­­to, as promoções atuais são praxe de fim de ano. "Na renovação do estoque em janeiro será possível ter uma noção melhor do impacto da isenção, verificando se a movimentação do mercado vai se manter", analisa.

André Borges, gerente de mar­­keting da Atlanta Móveis, de Rio Negrinho (SC), outro importante polo moveleiro do Brasil, exalta a decisão e afirma que, mes­­mo sendo cedo para analisar o impacto, nota-se uma recuperação das vendas. "Temos lojas em Santa Catarina e no Paraná e nos dois estados notamos o interesse maior do consumidor principalmente em saber o quanto os produtos ficaram mais baratos", diz explicando que os móveis ficaram até 15% mais em conta.

O comércio de móveis planejados também vê com entusiasmo a redução do IPI. "Em apenas 15 dias notamos o aumento de 10% nos pedidos. Há uma influência do fim do ano, mas o fato é que o setor de móveis precisava dessa redução", diz Ivanor Ferro, gerente nacional de vendas da Italínea, marca com fábrica em Bento Gonçalves (RS).

No entanto, o executivo prevê o aumento do preço das chapas de MDF, usadas para a montagem dos móveis. "Existe uma solicitação das indústrias de chapa em querer aumentar o produto. Esperamos que não haja esse aumento, para que a redução do IPI possa realmente cumprir o papel de recuperar as perdas de vendas da indústria moveleira", diz. Ele explica que os produtos comercializados pela marca têm, em média, redução de 5%. "Esse é o valor que incidia sobre os móveis planejados", lembra.

Recuperação

O presidente da Abimovel explica que o setor vive uma crise que causou queda média de 10% nas vendas em 2009. "De dezembro a março (mês em que acaba a isen­­ção do imposto) será possível recuperar cerca de 25% das vendas", informa Fernandez.

O Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), prin­­cipal polo do Paraná, explica que muitas empresas cogitavam a demissão de funcionários em janeiro e que a redução do IPI pode conter essa movimentação. "Era possível que até 30% do pessoal perdesse o emprego a partir de janeiro. As últimas conversas mostram otimismo dos empresários", diz Silvio Luiz Penetti, diretor-executivo do Sima.

De acordo com Penetti, nos po­­los moveleiros de Ubá, Linha­res e Arapongas, onde a participação das exportações tem bastante peso, houve quebra de até 25% nas vendas nos últimos me­­ses. "Com a exportação em baixa, as fábricas passaram a depender mais do mercado interno", diz.

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