O concorrido lar dos solitários

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A cidade de Curitiba, como qualquer outro grande centro urbano, atrai estudantes e aventureiros em busca de trabalho. A este contingente somam-se pessoas buscando privacidade e comodidade que optam por morar sozinhas. A procura, na maioria das vezes, recai sobre as quitinetes e apartamentos de um quarto.

Foi o que fez o bancário Fabrício Enke Cardoso, que há um ano mora sozinho em uma quitinete no Centro de Curitiba. "Como não dependo mais dos meus pais optei por morar sozinho para desfrutar dessa independência e para ter um maior senso de liberdade, pois assim posso ir e vir a hora que eu quiser", ressalta Cardoso, que há seis anos saiu de Santa Catarina para estudar em Curitiba, de onde não saiu mais. "Procurei um lugar mais barato para morar sozinho, e vi na quitinete a melhor opção de preço e localização", justifica.

A oferta de pequenos apartamentos e quitinetes, contudo, não tem acompanhado o aumento de procura. Segundo Gerson Silva, diretor comercial da Galvão Imóveis, o que for lançado nesse segmento certamente terá uma rápida saída. "A velocidade de venda e de locação para estes imóveis são altíssimas. Às vezes não dá tempo nem de divulgar. Quanto mais barato for o aluguel e o condomínio, mais rápido são vendidos e alugados", destaca Silva.

Para Daniel Adriano Soberay, gerente da Imobiliária 2000, se a oferta fosse ampliada, certamente seria suprida pela demanda. "No entanto, a localização também determina o sucesso de empreendimentos como esse. Em alguns locais do Centro, onde se concentra praticamente toda a procura por quitinetes, há problemas de segurança, por exemplo", adverte o gerente. Ele ressalta ainda que a maior procura pelas "kits" é feita por estudantes, que buscam facilidades de acesso para cursinhos e faculdades. "No começo do ano, antes do início do período letivo, essa procura é intensificada. Mas, em função da pequena oferta desse produto, é comum eles se juntarem e dividirem o aluguel de apartamentos maiores", explica.