
O número de imóveis comerciais à espera de inquilinos cresceu 24,6% no último ano em Curitiba. Em outubro, a oferta somava 3,4 mil unidades volume 26% maior que o total registrado no mesmo período de 2013. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR).
INFOGRÁFICO: Confira a evolução na oferta de imóveis comerciais
O aumento dos lançamentos com este perfil é um dos aspectos que contribuiu para o crescimento da oferta. Maurício Ribas Moritz, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, explica que a capital passou por uma fase de retração no mercado de imóveis comerciais até 2009, na qual a procura chegou a superar a oferta. "Com a recuperação do mercado, as incorporadoras enxergaram esse vácuo e desenvolveram bons projetos, que começaram a ser entregues no ano passado. Além de atender a demanda, hoje temos oferta disponível para mais um período no futuro."
Moritz acrescenta que cerca de 60% do total da oferta não tem tanta procura por estarem em prédios antigos, sem atrativos relacionados à infraestrutura, como elevadores, halls de entrada e instalações que respondam às necessidades tecnológicas atuais. "Esses conjuntos não atendem mais uma grande parte do mercado, estão ultrapassados para a procura recente", analisa.
Tipologia
Os conjuntos lideram a oferta de imóveis disponíveis para locação na capital ao concentrarem mais da metade do estoque dos espaços comerciais 1,7 mil unidades, em outubro. As lojas comerciais aparecem na segunda posição e correspondem a 25,3% do total, somando 867 unidades, segundo dados do Inpespar. "As lojas de rua têm uma demanda maior e levam pouco tempo para serem locadas, principalmente em bairros e regiões mais movimentadas, como a Rua XV de Novembro e a Avenida República Argentina, onde este tipo de imóvel tem mais liquidez", explica Fábio Augusto Zanlorenci, sócio-diretor da Fadazan Imóveis.
A variação do preço do aluguel comercial nos últimos 12 meses foi de 2,46%, índice superior ao da locação residencial (0,65%). "Há uma tendência de acomodação do preço regulada pela demanda. Mesmo o imóvel sendo divulgado por um determinado valor, não tivemos casos em que não houve negociação", afirma Zanlorenci.
O tempo médio para locação, por sua vez, aumentou 17% entre janeiro e outubro, de 105 para 123 dias. "Quem comprou um conjunto para alugar pode ficar decepcionado, porq ue pode levar cerca de cem dias para locar o espaço. Esta é a realidade", diz Moritz.



