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Espera maior: de janeiro a outubro deste ano, tempo médio para locação subiu de 105 para 123 dias | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Espera maior: de janeiro a outubro deste ano, tempo médio para locação subiu de 105 para 123 dias| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

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Lançamentos inflaram oferta de comerciais à venda

O investimento das incorporadoras em empreendimentos comerciais ampliou o estoque e ofereceu mais possibilidades de escolha para quem deseja adquirir um imóvel comercial, seja para investir ou para uso próprio. Para se ter uma ideia, 690 unidades foram lançadas e outros 945 espaços entregues entre janeiro e setembro deste ano, fazendo com que a oferta de imóveis comerciais novos subisse de 3,9 mil para 5,2 mil na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

Assim como a oferta, a velocidade de vendas dos espaços comerciais vem crescendo.O presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig, conta que cerca de 9% do estoque de novos é comercializado por mês, número superior ao da média das unidades residenciais, que é de 7%. "A própria mudança de perfil dos empreendimentos, que trazem uma área comum elaborada, com hall, café e sala de reuniões, atraiu o público comprador", explica.

Acompanhando o ritmo dos novos, os imóveis comerciais usados também registraram aumento no volume de unidades à venda, que ficou quase 38% maior no acumulado dos últimos 12 meses, tendo como referência o mês de outubro. Segundo dados do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), a oferta passou de 780 para 1 mil unidades.

"As vendas estão em um momento propício, com preços revisados pelos proprietários e construtoras concedendo descontos. Mas, não foi o ano inteiro assim. Da Copa do Mundo para cá é que a procura pela venda tem superado a da pela locação", explica Fábio Augusto Zanlorenci, da Fadazan Imóveis.

O número de imóveis comerciais à espera de inquilinos cresceu 24,6% no último ano em Curitiba. Em outubro, a oferta somava 3,4 mil unidades – volume 26% maior que o total registrado no mesmo período de 2013. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR).

INFOGRÁFICO: Confira a evolução na oferta de imóveis comerciais

O aumento dos lançamentos com este perfil é um dos aspectos que contribuiu para o crescimento da oferta. Maurício Ribas Moritz, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, explica que a capital passou por uma fase de retração no mercado de imóveis comerciais até 2009, na qual a procura chegou a superar a oferta. "Com a recuperação do mercado, as incorporadoras enxergaram esse vácuo e desenvolveram bons projetos, que começaram a ser entregues no ano passado. Além de atender a demanda, hoje temos oferta disponível para mais um período no futuro."

Moritz acrescenta que cerca de 60% do total da oferta não tem tanta procura por estarem em prédios antigos, sem atrativos relacionados à infraestrutura, como elevadores, halls de entrada e instalações que respondam às necessidades tecnológicas atuais. "Esses conjuntos não atendem mais uma grande parte do mercado, estão ultrapassados para a procura recente", analisa.

Tipologia

Os conjuntos lideram a oferta de imóveis disponíveis para locação na capital ao concentrarem mais da metade do estoque dos espaços comerciais – 1,7 mil unidades, em outubro. As lojas comerciais aparecem na segunda posição e correspondem a 25,3% do total, somando 867 unidades, segundo dados do Inpespar. "As lojas de rua têm uma demanda maior e levam pouco tempo para serem locadas, principalmente em bairros e regiões mais movimentadas, como a Rua XV de Novembro e a Avenida República Argentina, onde este tipo de imóvel tem mais liquidez", explica Fábio Augusto Zanlorenci, sócio-diretor da Fadazan Imóveis.

A variação do preço do aluguel comercial nos últimos 12 meses foi de 2,46%, índice superior ao da locação residencial (0,65%). "Há uma tendência de acomodação do preço regulada pela demanda. Mesmo o imóvel sendo divulgado por um determinado valor, não tivemos casos em que não houve negociação", afirma Zanlorenci.

O tempo médio para locação, por sua vez, aumentou 17% entre janeiro e outubro, de 105 para 123 dias. "Quem comprou um conjunto para alugar pode ficar decepcionado, porq ue pode levar cerca de cem dias para locar o espaço. Esta é a realidade", diz Moritz.

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