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Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil:  uma construção sustentável custa de 1% a 7% a mais | Antonio More/ Gazeta do Povo
Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil: uma construção sustentável custa de 1% a 7% a mais| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

No Brasil existem hoje 16 edifícios certificados como construções sustentáveis pelo selo LEED (Liderança em Design Energético e Ambiental, na sigla em inglês), concedido em 117 países pela ONG United States Green Building Council (USGBC). Treze estão no estado de São Paulo. Para o engenheiro Marcos Casado, ge­­rente técnico do GBC Brasil, essa realidade em São Paulo é reflexo "de um mercado muito grande em que as certificações são mais ágeis."Casado diz que essa centralização está mudando. O Paraná, por exemplo, tem 6 edifícios em processo de certificação, como o Curi­­tiba Office Park (obras concluídas), da construtora Thá Engenharia, o Ecomercado Palhano, em Londri­na, e o Laboratório de Imunogenéti­ca e Histocompatibilidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que está em processo de licitação para a construção.

Essas questões, além de introdução à certificação LEED, foram discutidas no Seminário sobre Cons­­trução e Certificação Susten­tável em Curitiba, organizado pela GBC Brasil recentemente em Curi­tiba (PR).

Um dos aspectos ressaltados por Ca­­­sado foi a relação custo/be­­nefício de uma construção sustentável, que chega a ser de 1% a 7% mais cara do que as convencionais. Em contrapartida, apresentam uma redução de 70% a 80% na gestão de resíduos, de 40% nos gastos com água e de 30% nos custos com energia. "São necessários de 5 a 10 anos para reaver o investimento da construção de um edifício convencional. No caso de um empreendimento sustentável, esse tempo cai para 3 a 5 anos", aponta.

Pré-requisitos

Para tentar a certificação LEED, o edifício deve preencher, obrigatoriamente, oito pré-requisitos: prevenção da poluição na atividade da construção; redução no uso da água; comissionamento dos sistemas de energia; performance mínima de energia; gestão fundamental de gases refrigerantes, não uso de CFC’s; depósito e coleta de materiais recicláveis; desempenho mínimo da qua­­lidade do ar interno; controle da fumaça do cigarro.

Além disso, o sistema LEED de avaliação tem 69 recomendações que somam 110 pontos. Os edifícios devem atingir, no mínimo, 40 pontos e podem atendê-las de forma estratégica, de acordo com suas capacidades, visando um dos selos LEED: Certificado (40 a 49 pontos), Prata (50 a 59 pontos), Ouro (60 a 79 pontos) ou Platina (80 a 110 pontos).

Casado comenta que a ONG tropicalizou cerca de 10% dessas recomendações e inseriu mais seis: plano de impacto no canteiro de obras (avaliação de poluição sonora, trânsito, impacto de vizinhança); acessibilidade universal; aquecimento solar para água (para reduzir consumo de itens como o chuveiro elétrico); projetar para o desmonte (construir pensando em como reutilizar os elementos em uma reforma); limitar o desperdício na obra para, no máximo, 10%; medição individualizada para água.

A avaliação da obra é feita à distância pelo USGBC, com base em formulários preenchidos online pelo site www.usgbc.org. Se necessário, o conselho pode marcar uma avaliação no local. Mais informações podem ser obtidas pelo site do GBC Brasil: www.gbcbrasil.org.br/pt

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