
A retração na oferta de crédito e os efeitos da crise na economia nacional não frustaram o mercado imobiliário de Curitiba, que viu crescer em 19,3% a receita obtida com a venda de unidades novas nos primeiros quatro meses de 2015. O Volume Geral de Vendas (VGV) somou R$ 980,9 milhões no período, contra R$ 822,1 milhões nos primeiros quatro meses de 2014.
Embora menor que a receita, o número de unidades novas vendidas subiu quase 4% até abril, puxado, entre outros fatores, pelas campanhas promocionais das construtoras. Os dados são da pesquisa realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).
No segmento residencial, a queda de 2,8% no número de unidades vendidas não impactou a receita total do grupo dos apartamentos, que contabilizou um VGV de R$ 847,1 milhões no período – alta de 13,1% em relação ao primeiro quadrimestre de 2014. O destaque do período, no entanto, ficou por conta das unidades comerciais, que registraram aumento de 83% no total de valores negociados –com faturamento de R$ 133,8 milhões – e de 60% no número de unidades .
O grande volume de entregas e a realização das ações promocionais de vendas pelas construtoras influenciaram positivamente as negociações, avalia o diretor executivo da Cyrela, Marlus Doria. “As pessoas estão aproveitando estas oportunidades para comprar, o que é uma boa notícia”, diz.
Fábio Tadeu Araújo, diretor de pesquisa de mercado da Ademi-PR, acrescenta a oferta de novos lançamentos, com tickets médios mais elevados como mais um estímulo aos resultados do período. “Lançamentos como o residencial Parque das Artes e outros comerciais, com VGV alto e mix de produto diferente, venderam bem e ajudaram a puxar os números para cima”, acrescenta.
Padrão
No segmento residencial, os apartamentos standard – com preços entre R$ 250.001 mil e R$ 400 mil – puxaram o incremento nas vendas. Uma em cada três unidades comercializadas entre janeiro e abril deste ano eram deste padrão, cujas vendas mais que dobraram no período, somando 628 unidades. Studios, lofts e apartamentos de um dormitório ficaram na segunda posição do ranking com 458 unidades vendidas, 33,5% a mais do que no primeiro quadrimestre de 2014. Segundo especialistas, estes são os segmentos que têm maior participação no mercado e os que abrangem boa parte da pirâmide de consumo.
O preço médio cobrado pelo metro quadrado dos apartamentos novos também subiu, chegando a R$ 6,3 mil em abril, reajuste de 6,4% no acumulado dos últimos 12 meses – abaixo dos 8,17% registrados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo Araújo, a forte alta da inflação e o novo momento do mercado imobiliário, fizeram com que a valorização não conseguisse acompanhar o índice oficial.



