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Quem nunca se irritou com o insistente som de um salto alto no apartamento de cima? Ou então com as buzinas e o ronco de motores na rua que invadem a casa? Graças à tecnologia, o isolamento acústico em residências se tornou uma arma contra o barulho. Além de proteger do ruído externo, ele dá liberdade aos moradores menos silenciosos, mas que não querem conflitos com os vizinhos.

Eterno motivo de discussão entre moradores, o barulho tem restrições pelo Código Civil Brasileiro e pelos regimentos internos dos condomínios. As leis apontam, em geral, que deve ser respeitado o silêncio no horário noturno (das 22 às 7 horas). Porém, quando o som indesejado escapa à regra – vêm do trânsito ou é produzido em outro horário, por exemplo –, a solução pode ser instalar um sistema de isolamento acústico para proteger o ambiente. A alternativa também é uma saída para quem gosta de fazer barulho, mas quer fugir das encrencas com os vizinhos.

É o caso do músico e produtor curitibano Paulo Igna. Em parceria com mais dois profissionais, ele utilizou diversas das opções de materiais existentes no mercado para a construção de um estúdio e uma sala de aula em um apartamento no centro de Curitiba. Das paredes com drywall (chapas compostas de gesso) ao vidro duplo (com duas lâminas e um espaço vazio entre elas). Tudo foi pensado. "Na nossa profissão é importante evitar que o som saia, incomodando outros moradores e também que ele entre, interferindo nas gravações", explica. O resultado foi aprovado pelo vizinho do apartamento de cima, Marcos Alves. "Foi tudo bem planejado, não temos problemas com o som que vem de lá", diz.

Materiais

Segundo o arquiteto da Realiza Arquitetura, Frederico Carstens, existem atualmente diversos materiais eficientes na barragem do som. Além de práticos, a maioria foi desenvolvido para ser aplicado a qualquer espaço. "É importante apenas ter o auxílio de um profissional – arquiteto ou engenheiro – que avalie qual é a melhor opção para o ambiente que será isolado, para evitar o risco de que a estrutura não funcione como o desejado", adverte.

Para Carstens, que tem diversos projetos elaborados nesta área, o grande empecilho ainda é o preço elevado. "Não é barato construir um sistema contra ruído em casa. Um vidro duplo chega a custar 60% mais que um simples". Porém, o arquiteto acredita que os preços tendem a baixar. "Como o barulho vem se tornando um assunto sério, é provável que o uso destes elementos se torne mais comum e o preço caia", afirma.

Saúde

Além de melhorar o convívio entre vizinhos, os sistemas contra a entrada de ruídos também são uma forma de se evitar problemas de saúde. Segundo o otorrinolaringologista – médico especializado em tratar o ouvido, garganta e nariz – Jaime Morins, da Clínica Vida, o excesso de barulho pode causar transtornos psicológicos, como o estresse e ansiedade. E mais. A exposição contínua à poluição sonora pode prejudicar a audição. "Com certeza uma pessoa que mora em um lugar barulhento pode perder parte da sensibilidade auditiva", diz.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda nível sonoro máximo de 70 decibéis. A título de comparação, essa intensidade é a mesma que se tem em um restaurante cheio ou em uma agência bancária, de acordo com a empresa especializada em sistemas acústicos Relacus.

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