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Técnicas do design de superfície permitiram retratar parte da Rua XV de Novembro em um decalque aplicado em parede de vidro | Gerson Lima
Técnicas do design de superfície permitiram retratar parte da Rua XV de Novembro em um decalque aplicado em parede de vidro| Foto: Gerson Lima

O que é?

Saiba o que significa o termo design de superfícies:

Tradução do termo em inglês Surface Design é a definição da atividade técnica e criativa que tem o objetivo de criar padrões que se desenvolvem de maneira contínua sobre superfícies. O processo criativo é voltado principalmente para aplicação na indústria das áreas têxtil, de papelaria, cerâmica, materiais sintéticos e decalques.

Para saber mais:

> Site de Renata Rubim, uma das primeiras profissionais a trazer o conceito para o Brasil: www.renatarubim.com.br.

> Surface Design Association - www.surfacedesign.org (em inglês).

> Em 21 de maio ocorrerá em São Paulo o 1º Design Fórum Superfícies para aprofundar o tema entre estudantes e profissionais. Mais informações no site www.designforum.com.br.

Indispensável na indústria

O design de superfície se configura em um vasto campo, incluindo o design têxtil e cerâmico. Os profissionais que atuam na indústria recorrem ao processo criativo individual na geração de ideias para acompanhar tendências do segmento em que atuam. "Hoje, há um entendimento da função de um designer e como as indústrias podem aproveitar este profissional", destaca Renata Rubim, especialista em design de superfície.

Leia a matéria completa

  • Projeto da arquiteta Consuelo Jorge usando revestimento translúcido na parede
  • O uso de um revestimento com design especial conferiu efeito rendado na parede do hotel Sofitel Bruxelas que teve projeto do arquiteto português Antoine Pinto

Para criar projetos de interiores, um arquiteto costuma pensar em algo único, que combine com a personalidade do usuário que está atendendo. Para alcançar essa originalidade, os profissionais procuram por materiais e móveis que levem em conta a necessidade do cliente, o conceito do projeto e o design das peças. Tudo para traduzir o perfil dos moradores. Nessa busca, é inevitável a aproximação da arquitetura com um conceito pouco difundido no Brasil, mas útil para a decoração: o design de superfície.

O termo nasceu nos Estados Unidos (surface design) há mais de 30 anos e passou a ser usado no Brasil apenas na década passada. "Como o nome sugere, é o design aplicado a qualquer superfície. O conceito envolve soluções de texturas (visuais e táteis) para diferentes superfícies, procurando encontrar unidade estética e funcional para os mais variados materiais, como tecido, cerâmica e madeira", diz Renata Rubim, o principal nome da área no país e responsável pela maioria dos cursos, artigos e debates promovidos sobre o assunto. A profissional esteve em Curitiba nessa semana para ministrar um curso na Universidade Positivo.

"Minha intenção é mostrar para arquitetos, designers de interiores, projetistas de móveis e outros profissionais que as técnicas do design de superfície são complementares ao trabalho de criação de um projeto", afirma. O trabalho de quase 20 anos vem dando certo na avaliação de Renata. "Muitos profissionais não usam a terminologia, mas começam a compreender a importância do trabalho dos designers."

A arquiteta Kethlen Ribas Durski comenta que todos os recursos do design de superfície podem ser utilizados em um projeto de arquitetura. "Um projeto precisa de revestimento cerâmico ou de madeira, de tecidos ou de soluções para revestir as paredes. Esses produtos têm um estudo de design", explica.

Entre as técnicas utilizadas pela arquiteta está a adesivagem. "É uma forma fácil, barata e exclusiva de mudar uma parede ou qualquer outra superfície". Um projeto de um quarto de casal, assinado pela arquiteta, ganhou um toque especial com a aplicação de um adesivo, feito em vinil, que começa no rodapé, passa pelo mobiliário, parede e parte de um espelho. "Para esse projeto escolhemos o motivo floral que combinava com o clima do ambiente. Além de estético, o adesivo dá graça ao espaço."

Uma solução parecida foi utilizada pela arquiteta Rose Guazzi que ousou ao revestir uma parede de vidro, de 3,4 x 2,8 metros, com um decalque que retrata um cartão postal de Curitiba: a Rua XV de Novembro. "Além do adesivo, o design de superfície está presente nos tecidos que foram escolhidos para o revestimento das poltronas que completam o ambiente da sala", relata.

Rose diz que a arquitetura de interiores é uma forma de comunicar, traduzir a personalidade de quem habita a casa e que o trabalho desenvolvido pelos designers colabora nessa direção.

Para os projetos, as arquitetas costumam trabalhar em parceria com escritórios de design, no desenvolvimento de adesivos e outras soluções ligadas a superfície. "No caso da parede de vidro, o projeto foi desenvolvido em parceira com a designer Marli Faust."

A designer de produto Carolina Armellini, proprietária da Fetiche Design, trabalha com decalques para casa desde 2005. Para ela, esse trabalho promove a aproximação com a arquitetuta. "Cada profissional tem um papel no projeto, normalmente entramos no momento de transformar a ideia em um produto que irá compor o projeto de interior."

A vantagem do uso de adesivos, diz Carolina, é a possibilidade de transformar a parede em algo absolutamente particular. "Mesmo que a cor seja bastante diferente, o adesivo personalizado deixa a casa com uma característica exclusiva." Um projeto assinado por ela deu vida a uma parede de um escritório. "Utilizamos uma cor vibrante de tinta e compomos com adesivos brancos para ter contraste."

Uma das opções inusitadas de revestimento de parede oferecida por Carolina é um adesivo de recado. Feito a partir de um vinil especial, o material funciona como um quadro negro para se escrever com giz.

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