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Para não perder a clientela, a empresária Simone Araújo mudou o restaurante do Centro para o Jardim Botânico | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Para não perder a clientela, a empresária Simone Araújo mudou o restaurante do Centro para o Jardim Botânico| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Localização

Proximidade do Centro está atraindo empresas ao bairro

O foco comercial está presente em boa parte dos lançamentos imobiliários da região do Jardim Botânico, seja no mix de lojas no térreo com apartamentos nas torres ou nos empreendimentos destinados exclusivamente ao universo corporativo.

Além do Corporate Jardim Botânico, já entregue, a região irá contar com o H.A. Offices Jardim Botânico – lançamento da Hafil Inc que terá 141 unidades corporativas – e o Botânica Office Tower – pré-lançamento da JL Construções Civis que contará com 163 salas comerciais. "No passado, essa região ficou um pouco esquecida. O crescimento do número de residências nos levou a investir no empreendimento comercial, uma vez que a tendência é que as pessoas não morem muito longe de onde trabalham", diz João Luiz Félix, diretor-presidente da JL Construções Civis. Para o arquiteto Gustavo Pinto, integrante do conselho de urbanismo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), esse adensamento residencial sofrido pelo bairro demanda investimento em empreendimentos com foco nos serviços. "A região está muito bem amparada no aspecto público, pois conta com parque, hospital, além de estar próxima da rodoviária e do Mercado Municipal. Faltam espaços comerciais e para os profissionais liberais, para a prestação de serviços privados", diz.

Essa demanda extrapola o setor da alimentação, que já vem recebendo investimentos com o objetivo de atender os funcionários das empresas, e se estende por outras áreas. Segundo Carmen Luiza Pereira, proprietária de um salão de beleza no Jardim Botânico, a região carece de agências bancárias e dos Correios e até de farmácias. A dificuldade de acesso por ônibus ao interior do bairro, fora da linha expressa que circula pela Affonso Camargo, é outra queixa dos moradores e comerciantes. "Acredito que esse progresso que está chegando vai beneficiar a todos, uma vez que o bairro estava abandonado", avalia Carmem.

Visto até então como um bairro residencial ou de passagem, o Jardim Botânico começa a ganhar uma nova vocação com a chegada de novos empreendimentos imobiliários, sobretudo, os corporativos. O marco dessa mudança foi a construção do Corporate Jardim Botânico, edifício comercial que abriga setores administrativos da GVT e do Grupo O Boticário e que elevou significativamente o número de pessoas que circulam diariamente na região. Para responder a essa nova demanda, o setor de serviços do bairro começa a crescer, recebendo investidores que vislumbram nesse cenário uma possibilidade de novos negócios ou de expansão.

Às margens da Avenida Presidente Affonso Camargo não é difícil encontrar salas recém-construídas em empreendimentos que mesclam espaços para lojas e residências. Na parte interna do bairro, entretanto, os novos negócios surgem em imóveis residenciais adaptados. "A tendência é que a maior destinação de locação das residências dessa região seja comercial, pois as pessoas estão indo morar em apartamentos", sinaliza Daniel José Galiano, diretor do Grupo Apolar.

Foi o que ocorreu com a casa localizada na Rua Doutor Correa Coelho, 384. O imóvel foi locado pela empresária Simone de Araújo que, há cerca de três meses, transformou o espaço no restaurante Aroma da Fazenda. O negócio funcionava no Centro, mas com a mudança de grande parte da clientela (funcionários da GVT) para o Jardim Botânico, ela não pensou duas vezes para trocar de endereço. "O bairro é bem carente desse tipo de serviço, tanto que os próprios moradores da região estão gostando de ter uma opção para comer perto de casa. Essa também era uma necessidade deles, mas só para os moradores não havia demanda para manter um negócio", explica.

A deficiência na oferta do serviço também foi percebida pela administradora Lizânea Roberta da Silva Rodrigues, que está finalizando a obra de instalação do restaurante Empório Botânica, com inauguração prevista para julho. Para ela, a instalação das empresas foi o fator decisivo para a escolha do local que receberia o negócio, uma vez que o objetivo de abrir o restaurante já era antigo. "Sei de funcionários que chegam a pegar ônibus para ir almoçar nos shoppings do Centro. Quero atender este público, assim como o de outras empresas que venham a se instalar, já que esta é uma região que está crescendo comercialmente", afirma.

Oportunidade

Quem já possuía comércio na região também foi impactado positivamente pela chegada dos prédios corporativos. A terapeuta Cláudia Virgínia de Souza, proprietária do Centro de Yoga e Terapias Naturais Ananda, localizado em frente ao Corporate Jardim Botânico, conta que recebeu proposta de convênio das duas empresas instaladas no empreendimento para que os funcionários possam desfrutar dos serviços do centro. "Minha expectativa é de que o aumento no número de alunos chegue a 70% neste ano", diz. Além do crescimento do negócio, Cláudia pretende expandir a atuação e abrir uma loja de variedades para comercializar produtos de que as pessoas necessitem no dia a dia.

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