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Ficar com o imóvel desocupado por muito tempo não é mais uma preocupação apenas financeira: passou a ser uma fonte de dores de cabeça para os proprietários. Basta afixar no local uma placa de "aluga-se" ou "vende-se" para correr o risco de ver o lugar se transformar em alvo da depredação. "A faixa atrai e indica a possibilidade de furto. Ela se tornou uma armadilha no mercado imobiliário e não uma forma de chamar a atenção dos clientes", afirma Luiz Fernando Gottschild, diretor da Imobiliária Razão.

O executivo dá um exemplo: um dos imóveis da empresa, desocupado há um mês, está completamente "limpo": sem torneiras, portas, janelas e fiação elétrica. "Moradores de rua e até mesmo vizinhos mal-intencionados invadem o local em busca de algo que possa ser útil para uso próprio. Ou ainda pegam objetos que possam ser trocados por drogas ou simplesmente para fazer um dinheiro extra", diz.

Os principais alvos são casas, barracões e eventualmente algumas lojas que não possuem portaria 24 horas. "Os imóveis localizados em bairros próximos a favelas e invasões são os mais vulneráveis a esse tipo de ação. O pior é que se a pessoa entra no local e não encontra nada ou não consegue levar um louça do banheiro, por exemplo, quebra tudo propositalmente", lembra Gottschild.

Segundo Rogério Cesar Martini, presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção da Grande Curitiba (Acomec), pequenas construções também sofrem com esse tipo de vandalismo. "Não são somente os tijolos e os sacos de areia que atraem os vândalos, mas principalmente barras de ferro e fios de cobre, considerados materiais caros e fáceis de levar", diz. As ferramentas de trabalho dos pedreiros também costumam ser um atrativo. "Não adianta guardar o material em um lugar fechado, já que eles entram no local e arrombam tudo." Martini aconselha pequenas ações para evitar a depredação. "Acredito que existem duas formas de proteger a obra: ou o responsável deixa um dos funcionários para dormir no local ou utiliza cães de guarda."

Para Gottschild, a solução também pode estar em alarmes ou monitoramento 24 horas. "Algumas imobiliárias já começaram a analisar a localização do imóvel e em casos de risco não colocam mais placas e faixas, como uma forma de não chamar a atenção", finaliza.

Responsabilidade

Luiz Alfredo Dornfeld, vice-presidente de Locação e Administração do Secovi, acredita que não há formas eficazes de segurança para impedir o vandalismo. "Se duvidar eles levam o alarme junto com os outros objetos furtados. O problema é grande e nós das imobiliárias nos sentimos impotentes diante dessa situação." O executivo lembra que a responsabilidade pela manutenção do imóvel continua sendo do proprietário, mesmo durante a comercialização. "A imobiliária é contratada para promover a locação ou venda do imóvel, mas não é responsável pelos danos que ele pode sofrer."

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