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Desconhecido por boa parte dos curitibanos, o bairro Ganchinho, localizado na região sul de Curitiba, até parece ser a zona rural da cidade, comparando-o com outros bairros mais próximos do Centro. Chácaras e casas com grandes terrenos predominam no cenário do bairro que, até 2000, era classificado pela prefeitura como Zona Agrícola (ZA) e Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Iguaçu.

Com a nova Lei de Zoneamento de Curitiba (9.800/2000), o território do bairro passou por uma nova classificação na qual, parte da Zona Agrícola – terrenos com cerca de cinco mil metros quadrados –, foi transformada em Zona Residencial de Ocupação Controlada (ZROC), área em que os terrenos têm, em média, dois mil metros quadrados. O engenheiro Ivo Hey Andrzjewski, do setor de Análise e Ocupação do Solo do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (Ippuc) diz que, com essa mudança, parte do bairro ficou no chamado Setor Especial de Habitações de Interesse Social (Sehis), destinado a loteamentos com áreas que variam entre 125 e 180 metros quadrados.

Essa mudança é uma das justificativas para o aumento no valor do IPTU de muitos imóveis do bairro, questão que causou inúmeras críticas à prefeitura. Andrzjewski explica que o proprietário de uma área com cinco mil metros quadrados, por exemplo, passou a pagar o valor equivalente a 40 terrenos – considerando-se os loteamentos de 125 metros quadrados.

A explicação, no entanto, não convence o aposentado Ari Norberto Pelanda, 58 anos, morador do bairro desde que nasceu. "Fizeram a mudança no zoneamento, mas ninguém foi consultado. Só ficamos sabendo depois", reclama. O aposentado, que pagava R$ 600 de IPTU, desembolsou R$ 2 mil para quitar o imposto este ano.

Apesar disso, Pelanda afirma que o Ganchinho é o melhor bairro de Curitiba para se viver, em função da qualidade de vida que o local proporciona. Mas isso não significa que a região não necessite de melhorias. Uma delas, ressalta o aposentado, é o asfaltamento da via que liga o Ganchinho à Rua Nicola Pelanda, no Umbará, a principal ligação com o Centro da cidade. "Quando chove, é barro por todos os lados", comenta.

O incorporador de imóveis Elio Winter, da Elio Winter Incorporações, fala que o Ganchinho é uma das poucas regiões de Curitiba ainda possível de ser loteada. Segundo ele, ali há vários empreendimentos novos ou em fase de construção destinados a um público de classe média. "O bairro também comporta os condomínios de alto padrão, mas a distância do Centro ainda é um fator que prejudica esse tipo de investimento", esclarece.

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