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jornadas de junho

Fotógrafo que perdeu olho em manifestação terá recurso julgado nesta quarta

Sérgio Silva foi atingido por bala de borracha durante os protestos de junho de 2013. Em primeiro grau, Justiça considerou que foi “culpa exclusiva do autor”

Fotógrafo Sérgio Silva foi atingido por bala de borracha em junho de 2013 e perdeu o olho esquerdo em decorrência do acidente. | Facebook Sérgio Silva/
Arquivo pessoal
Fotógrafo Sérgio Silva foi atingido por bala de borracha em junho de 2013 e perdeu o olho esquerdo em decorrência do acidente. (Foto: Facebook Sérgio Silva/ Arquivo pessoal)

Em 2013, ao cobrir as manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo (SP), o fotógrafo Sérgio Silva foi atingido por uma bala de borracha, impacto que lhe custou o olho esquerdo. Como o projétil foi disparado pela Polícia Militar (PM), Silva acionou a Justiça para que o governo do estado fosse responsabilizado pelo ocorrido. Em primeira instância, o pedido do profissional foi negado, e nesta quarta-feira (27) o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julga recurso interposto pela defesa do fotógrafo.

Para o juiz Olavo Zampol Júnior, a culpa pelo dano foi exclusivamente do fotógrafo, “mesmo que houvesse provas de que o ferimento experimentado pelo autor tenha sido provocado por bala de borracha disparada pela polícia”. Isso porque, segundo o magistrado, cabia a Silva tomar as precauções necessárias durante uma situação como a vivenciada. 

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“No caso, ao se colocar o autor entre os manifestantes e a polícia, permanecendo em linha de tiro, para fotografar, colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências do que pudesse acontecer”, observou Zampol Júnior, salientando que não havia necessidade de discutir aspectos como o exercício regular de direito ou estrito cumprimento de dever legal na atuação do agente público. 

Silva, que alegou truculência policial no ato, pediu uma indenização no valor de R$ 1,2 milhão por danos morais, estéticos e materiais, além de uma pensão mensal de R$ 2,3 mil. Antes do julgamento no TJ-SP, o fotógrafo fará uma entrega simbólica ao órgão de um abaixo-assinado que pede pela reforma da decisão de primeira instância. A petição coletou mais de 72 mil assinaturas.

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