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| Foto: Reprodução/Dimitri de Vries/Unsplash

As escolas da França deverão substituir, em seus formulários, as palavras “pai” e “mãe” por “genitor 1” e “genitor 2”. É o que prevê uma lei aprovada recentemente na Assembleia Nacional Francesa, sob a justificativa de que os termos tradicionais podem ser considerados ofensivos a famílias comandadas por um casal do mesmo sexo. 

“Essa alteração legal visa enraizar a diversidade das famílias das crianças nos formulários administrativos apresentados nas escolas”, afirmou a parlamentar Valérie Petit, eleita pelo La République En Marche!, partido do presidente Emmanuel Macron. Segundo a deputada, a manutenção das palavras “pai” e “mãe” em formulários como a autorização para um estudante viajar com a escola em excursões não levaria em conta a recém-aprovada lei francesa do casamento gay, tampouco a existência de que há pais do mesmo sexo com filhos em idade escolar. 

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Segundo Valérie, famílias assim se veem, muitas vezes, diante de formulários com opções “presas em modelos sociais e familiares bastante antiquados”. Para a parlamentar, a lei é uma medida de igualdade social. 

Críticos da medida, entretanto, afirmam que os novos termos desumanizam a maternidade e a paternidade, e que ela poderia levar a discussões sobre quem vai ser considerado o “genitor 1”. 

Xavier Breton, deputado pelo Les Républicains, afirmou que 95% dos casais franceses são compostos por um homem e uma mulher, o que colocaria abaixo o argumento de que as opções são antiquadas. Fabien Di Filippo, seu companheiro de partido, disse que a França está diante de uma “ideologia assustadora”, que promoveria das crianças a remoção de pontos de referência, inclusive no tocante à família. 

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Marine Le Pen, da Frente Nacional, derrotada pelo candidato do En Marche! nas últimas eleições presidenciais do país, falou que “a máscara [de Macron] caiu”, em relação ao que o chefe do Executivo francês pensa a respeito da sociedade. 

A substituição de “pai” e “mãe” por “genitor 1” e “genitor 2” nos formulários escolares franceses era discutida desde 2013, quando da discussão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na época, entretanto, esse ponto acabou não sendo incluído na legislação. À época, inclusive, o atual ministro da Educação, o educador Jean-Michel Blanquer, não concordou com a medida, por acreditar que se tratava de um assunto não passível de discussão no Legislativo.

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