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Beirute – Cerca de 10 mil soldados israelenses entraram ontem no Líbano, um dia depois de o governo ter aprovado uma ampla ofensiva para empurrar o grupo xiita Hezbollah além do Rio Litani, como estratégia para evitar que continue lançando foguetes contra Israel.

Tudo indica que haverá uma ampliação da ofensiva. Cerca de 500 tanques e outros veículos estão na fronteira. O Exército israelense usa 60 mil homens na operação e espera a ajuda de outros 15 mil reservistas, chamados segunda-feira.

O Líbano teme que o quadro provoque mais mortes de civis. Ontem o número oficial de libaneses mortos foi elevado de 630 para 828. Do lado de Israel, mais de 60 já morreram.

As forças de Israel também iniciaram ontem uma ofensiva no nordeste, perto da fronteira síria, numa região que é forte reduto do Hezbollah. Durante a madrugada, centenas de soldados desembarcaram de helicópteros num hospital a leste da cidade histórica de Baalbek, no Vale do Bekaa. Ao mesmo tempo, a aviação israelense bombardeava intensamente áreas ao redor. O comando militar de Israel não comentou a operação.

Segundo a tevê Al-Manar, do Hezbollah, combatentes do grupo travavam ferozes confrontos perto do Hospital Al-Hikma, gerenciado pelo grupo. As informações são contraditórias. Primeiro, agências de notícias informaram que o hospital estava em chamas. Depois, um porta-voz do Hezbollah garantiu que comandos israelenses estavam dentro do prédio, cercados pela milícia. Habitantes disseram que há muitas mortes entre os civis.

No sul libanês, os combates também foram pesados. Os soldados israelenses entraram por quatro pontos distintos, com o objetivo de criar uma "zona de segurança" até a altura do Rio Litani, situado a quase 30 quilômetros da fronteira. Com isso, o Exército pretende impedir disparos de foguetes contra o norte de Israel e a aproximação do Hezbollah da fronteira.

Antes do avanço das tropas, a aviação lançou folhetos em vilas onde o Hezbollah é ativo pedindo à população que abandone a região. A Força Aérea vai reiniciar os bombardeios em várias partes do Líbano na manhã de hoje, depois de uma suspensão parcial de 48 horas para permitir a saída de refugiados e a entrega de ajuda humanitária. Essa trégua parcial foi decidida depois que o país bombardeou a cidade de Qana, matando 56 civis, a maioria crianças.

Oficialmente, o comando militar diz que as tropas só permaneceriam na área até a chegada de uma força internacional de paz à região. No entanto, com a ampliação da invasão israelense e o anúncio da retomada dos bombardeios, os esforços diplomáticos estão estancados.

Mais de 750 mil libaneses já teriam saído do sul e do leste. Essas regiões estão a cada dia mais vazias, mas ainda são habitadas por civis. Em Israel, também houve migração de centenas de milhares de pessoas no sentido inverso. As famílias que ficaram na região da fronteira vivem há três semanas em abrigos.

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