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Cerca de 20 mil refugiados sírios se deslocaram para a vizinha Jordânia nos últimos sete dias, em decorrência da violência no sudeste do país, a qual aumenta com a intensificação de combates da guerra civil na região.

"O que temos visto em termos de influxo de refugiados sírios vindo para a Jordânia é sem precedentes, maior do que em qualquer outro período nos últimos dois anos", confirma o ministro das Relações Exteriores jordaniano, Nasser Judeh. "Tivemos 20 mil sírios entrando na Jordânia desde a última quinta-feira."

Judeh estima em 350 mil o número de sírios refugiados no país desde o início dos conflitos, em março de 2011. A princípio protestos pacíficos por mais liberdades civis contra o regime ditatorial de Bashar Assad, contidos violentamente pelo governo, o conflito evoluiu para uma guerra civil entre tropas governistas e diversos grupos de insurgentes.

A ONU estima que já passam de 60 mil os mortos devido à luta armada no país nos últimos 22 meses.

Sobre o crescente deslocamento em direção à Jordânia, Judeh afirma que "é, obviamente, um reflexo do grau de violência no sudeste da Síria" e que "provavelmente virão mais nos próximos dias". "Estamos obtendo ajuda --de países árabes, países ocidentais, organizações internacionais. Ainda não é o bastante, porém", acrescentou o chanceler.

Segundo o Comitê Internacional de Resgate (CIR), Líbano, Turquia e Iraque, juntamente com a Jordânia, já abrigam mais de 600 mil refugiados do conflito, o que a organização classifica como "uma emergência humanitária".

Cerca de 80% dos sírios que buscaram abrigo na Jordânia não se encontram em campos específicos, porém, mas nas cidades, de acordo com Judeh, o que causa a saturação de serviços públicos, como escolas, hospitais e até recolhimento de lixo e saneamento básico.

Segundo o Comitê Internacional de Resgate, o impacto do deslocamento ainda provoca uma alta em preços de aluguéis e puxa para baixo o pagamento recebido por dia de trabalho na regiões onde os refugiados se instalam.

"Mesmo se o conflito se encerre, a Síria estará em ruínas, sua economia e infraestrutura devastada e sua população espalhada pelo território e pela região, potencialmente incapaz de retornar às suas comunidades, destruídas, por meses", afirma relatório do CIR.

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