
A decisão do rei Juan Carlos da Espanha de abdicar a favor do seu filho, Felipe, faz dele o mais recente monarca europeu a encerrar os seus dias na aposentadoria. A rainha Beatrix dos Países Baixos pode ter dado início à tendência ao anunciar sua abdicação no ano passado, após um reinado de 33 anos. Ela foi rapidamente seguida por seu homólogo belga, o rei Albert, e na segunda-feira passada por Juan Carlos. Entre essas aposentadorias reais, o papa Bento XVI chocou o mundo católico tornando-se o primeiro pontífice em 600 anos a deixar o cargo.
Ainda existem monarcas que consideram que têm um trabalho para a vida toda, mas outros acreditam claramente que a posição privilegiada do portador da coroa também deve vir com um plano de aposentadoria.
Não há uma razão única para as três recentes abdicações. Na Holanda, a medida é a norma na Casa Igualitária de Orange. A mãe de Beatrix, Juliana, e a mãe de sua mãe, Wilhelmina, não enfrentaram resistência para deixar o trono, o que facilitou a sua aposentadoria. O rei Albert II da Bélgica tinha 79 anos de idade e uma saúde frágil quando entregou as rédeas do país a seu filho rebelde, Philippe.
A idade avançada e o declínio da saúde também parecem estar em jogo na Espanha, uma vez que Juan Carlos tem 76 anos e apresentou debilidade física nos últimos anos. Em discurso no dia da abdicação, o rei cedente espanhol disse à nação que é a vez de "uma nova geração".
Há um sentimento crescente na Europa de que "monarcas têm um trabalho a fazer e eles deveriam fazer isso, enquanto estão em forma e são capazes e, quando não podem, devem chamar a sucessão", disse a professora de história moderna da Europa na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, Maria Vicente.



