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Rei Juan Carlos, da Espanha, tem 76 anos e apresentou debilidade física nos últimos anos | Juan Medina/Reuters
Rei Juan Carlos, da Espanha, tem 76 anos e apresentou debilidade física nos últimos anos| Foto: Juan Medina/Reuters

Ser rainha é pop

Mesmo envoltas em escândalos, as monarquias ainda são populares. A Inglaterra é um bom exemplo. A sempre popular Elizabeth II (foto) está cada vez mais delegando tarefas para seus filhos e netos. Até mesmo o seu bisneto George chegou às manchetes quando se juntou ao príncipe William e sua esposa Kate em recente visita à Nova Zelândia e Austrália. Da mesma forma, na Suécia, o rei Carl Gustaf XVI teve sua biografia manchada por recentes escândalos, mas sua filha, a princesa Victoria, é muito popular.

"Desistências"

Veja alguns reis que abriram mão dos tronos:

1951 – Leopoldo III, da Bélgica, após 17 anos de reinado, abdicou em meio ao ressentimento público sobre a sua posição durante a Segunda Guerra, quando ele fugiu para o exílio.

2013 – Rainha Beatrix, dos Países Baixos, tendo reinado por 33 anos, abdicou no ano passado. A mãe de Beatrix, Juliana, e a mãe de sua mãe, Wilhelmina, não enfrentaram resistência para deixar o trono, o que facilitou a sua aposentadoria.

2013 – Rei Alberto II, da Bélgica, deixou o trono após um reinado de 20 anos.

2014 – Rei Juan Carlos, da Espanha, após um reinado de 39 anos.

Paparazzi

Vida no centro das atenções pode forçar aposentadoria

Houve um tempo em que os reis eram reverenciados como líderes e importantes figuras. Hoje em dia, dizem os especialistas, eles são mais como celebridades, perseguidos por jornalistas e paparazzi em todos os lugares, desde viagens de compras a aberturas anuais do Parlamento.

"Há um apetite insaciável pela vida comum dessas pessoas, por exemplo, Kate Middleton indo ao supermercado, mas também eventos de tapete vermelho, os vestidos, as cerimônias", disse a professora de história moderna da Europa na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, Maria Vicente.

A vida no centro das atenções pode ser cansativa e talvez faça um monarca ansiar por um pouco de privacidade na aposentadoria. Por outro lado, pode fazer também a realeza ficar mais suscetível ao escândalo.

O rei Albert da Bélgica estava propenso a gafes e Juan Carlos cometeu uma série de escândalos que vão desde a indignação pública com a sua caçada a elefantes, enquanto seu país endividado enfrentava medidas de austeridade, a uma investigação sobre peculato de sua filha, a infanta Cristina.

O rei Leopoldo III da Bélgica abdicou em 1951 em meio ao ressentimento público sobre a sua posição durante a Segunda Guerra, quando o país foi ocupado por nazistas e ele fugiu para o exílio.

A decisão do rei Juan Carlos da Espanha de abdicar a favor do seu filho, Felipe, faz dele o mais recente monarca europeu a encerrar os seus dias na aposentadoria. A rainha Beatrix dos Países Baixos pode ter dado início à tendência ao anunciar sua abdicação no ano passado, após um reinado de 33 anos. Ela foi rapidamente seguida por seu homólogo belga, o rei Albert, e na segunda-feira passada por Juan Carlos. Entre essas aposentadorias reais, o papa Bento XVI chocou o mundo católico tornando-se o primeiro pontífice em 600 anos a deixar o cargo.

Ainda existem monarcas que consideram que têm um trabalho para a vida toda, mas outros acreditam claramente que a posição privilegiada do portador da coroa também deve vir com um plano de aposentadoria.

Não há uma razão única para as três recentes abdicações. Na Holanda, a medida é a norma na Casa Igualitária de Orange. A mãe de Beatrix, Juliana, e a mãe de sua mãe, Wilhelmina, não enfrentaram resistência para deixar o trono, o que facilitou a sua aposentadoria. O rei Albert II da Bélgica tinha 79 anos de idade e uma saúde frágil quando entregou as rédeas do país a seu filho rebelde, Philippe.

A idade avançada e o declínio da saúde também parecem estar em jogo na Espanha, uma vez que Juan Carlos tem 76 anos e apresentou debilidade física nos últimos anos. Em discurso no dia da abdicação, o rei cedente espanhol disse à nação que é a vez de "uma nova geração".

Há um sentimento crescente na Europa de que "monarcas têm um trabalho a fazer e eles deveriam fazer isso, enquanto estão em forma e são capazes e, quando não podem, devem chamar a sucessão", disse a professora de história moderna da Europa na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, Maria Vicente.

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