A Bolívia não precisa de investimentos chilenos em hidrocarbonetos, afirmou neste sábado o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, ao confirmar o encontro de segunda-feira que terá em La Paz com o ministro de Energia do Chile, Marcelo Tokman.
"Temos investimentos para garantir os volumes adicionais de gás que precisamos para cumprir nossos compromissos tanto com o mercado interno como o de exportação", disse Villegas em entrevista coletiva.
Villegas garantiu que o encontro com seu colega Tokman "terá um caráter eminentemente informativo" e foi convocado "por solicitação do Chile". Mas o chanceler chileno Alejandro Foxley garante que a reunião foi marcada por pedido expresso do presidente da Bolívia, Evo Morales.
O ministro boliviano insistiu que escutará a exposição de Tokman. No entanto, descartou que um acordo energético bilateral seja iminente e garantiu que seu país "apresentará sua política para hidrocarbonetos".
O Chile, que atravessa uma crise energética, e a Bolívia, que tem grandes reservas de gás natural, romperam relações diplomáticas em março de 1978. Na ocasião, os dois países não conseguiram chegar a um acordo para restabelecer a saída ao mar perdida pela Bolívia numa guerra contra os chilenos no final do século XIX.
Por um referendo realizado pelo então presidente Carlos Mesa em julho de 2004, a Bolívia condicionou uma eventual venda de gás natural a Chile ao negociar uma saída para o mar, o que se chamou de "gás pelo mar", que não é aceita oficialmente por Santiago.
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