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Cranberries são uma das três frutas nativas da América do Norte cultivadas comercialmente. As outras duas são uvas concord e mirtilos. Wisconsin, o estado que produz mais cranberry do que qualquer outro, é coberto pela fruta. Dois anos de colheitas recordes derrubaram os preços e os produtores estão tentando descobrir novas maneiras de comercializar a produção.

Milhões de quilos a mais do que o habitual estão armazenados em todo o país e a preocupação paira sobre os pântanos de cultivo responsáveis pela subsistência de quase quatro mil pessoas. "Posso dizer que é um dos maiores problemas que já enfrentamos", disse Michael Gnewikow da empresa Wetherby Cranberry, no interior de Wisconsin. Os produtores estão empenhados agora em séria diplomacia comercial, tentando convencer países como Índia, Coreia do Sul e China de que vale a pena acrescentar cranberry aos seus cânones culinários. Os produtores de Wisconsin receberam compradores chineses em agosto, e ofereceram o fruto cru e o vinho de cranberry para que os visitantes experimentassem seu gosto ácido. Em outubro, jornalistas chineses passaram dois dias em campos de cranberry de Massachusetts, onde vestiram longas botas e entraram nos pântanos repletos de frutinhas que boiavam. Os chineses, atraídos pelos benefícios à saúde, compraram cerca 1,3 milhão de quilos de cranberries em 2013. Em 2014, compraram quase o dobro.

O cranberry é tradicional nas festas de fim de ano nos Estados Unidos. Mas apenas um quinto da produção do país é consumido entre o dia de Ação de Graças e o Natal. Por isso, a indústria do cranberry está tentando reformular seu produto de formas menos tradicionais, expandindo o mercado além dos Estados Unidos, em parte através da divulgação das propriedades saudáveis do fruto.

O cranberry ajuda nas infecções do trato urinário e é rico em antioxidantes que podem proteger as células. Algumas pesquisas mostraram que o fruto pode combater bactérias prejudiciais.

Somente três por cento do cranberry cultivado aqui, em Massachusetts, em Nova Jersey e no Noroeste do país são vendidas frescas. A maioria é seca, transformada em suco, enlatada como molho ou usada em produtos farmacêuticos. O cranberry seco adoçado, conhecido por craisin, é um lanche popular. Mesmo assim, há excesso. Wisconsin quebrou um recorde no outono passado quando colheu 272 milhões de quilos, mais de 60 por cento da produção nacional. Para os produtores que vendem cranberries para processadores, um quilo que rendia US$ 2 em 2008 foi vendido por cerca de 25 centavos em 2014.

Os produtores descobriram novas variedades de técnicas agrícolas que permitem uma maior produção por hectare. "Todo mundo melhorou a produção", disse Ray J. Habelman, cuja empresa, localizada nas proximidades de Tomah, em Wisconsin, é o maior produtor do país no mercado de cranberry fresco. "Só precisamos aprender a vender melhor." Nodji Van Wychen, a matriarca de 66 anos da empresa Wetherby, está otimista. "Já passamos por altos e baixos antes. Tudo isso é apenas uma oportunidade para nos tornarmos mais criativos."

Compradores chineses são atraídos pelos benefícios de saúde de uma fruta.

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