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Apesar de alguns analistas advertirem sobre a presença de um fenômeno curioso nas eleições de meio de mandato nos EUA – presidentes reeleitos perdem sua base parlamentar no sexto ano de mandato – , no entanto, a recente vitória democrata tem um significado particular. Parece não haver mais nenhuma dúvida de que a presença militar norte-americana no Iraque acabou por determinar em grande medida o resultado eleitoral.

Durante a campanha eleitoral, assistimos a uma verdadeira onda retórica do partido democrata tentando criar a percepção de que seu eventual triunfo sinalizaria efetivamente um deslocamento radical da política externa americana, culminando com a retirada das tropas do Iraque.

Na verdade, o questionamento sobre a condução da guerra reflete uma tendência que vinha sendo concebida mesmo dentro do partido Republicano. A queda do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, logo após a proclamação da vitória dos democratas veio confirmar o gradual enfraquecimento da influência dos neoconservadores marcada por uma sucessão de equívocos e fracassos denunciados, inclusive, por parte dos militares americanos. Endossando essa tendência, a escolha de Robert Gates representa nitidamente o enveredamento para o realismo dos "velhos conservadores". Seu nome foi indicado sobretudo para buscar soluções mais sensatas para o Iraque, uma vez que ele integra a comissão bipartidária que analisa a questão iraquiana.

Assim podemos dizer que o controle do aparelho legislativo pelos democratas somado à tendência a um comportamento mais pragmático por parte dos republicanos deverá reaproximar os Estados Unidos dos países europeus o que tornaria mais viável a implementação de soluções políticas multilaterais para a questão iraquiana.

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