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Brasileiros desembarcam na Grécia: voo para o Brasil chega hoje à tarde | Louisa Gouliamaki/AFP
Brasileiros desembarcam na Grécia: voo para o Brasil chega hoje à tarde| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

Atenas - Barreiras, grupos fortemente armados andando pelas ruas e milhares de estrangeiros mal acomodados no porto à espera de resgate. O cenário deixado para trás pelos brasileiros que viviam em Bengazhi, na Líbia, pouco lembrava o de semanas atrás, antes da eclosão de revoltas populares na cidade, contou ontem o engenheiro carioca Roberto Roche, direto do hotel em que estava hospedado em Atenas, na Grécia, depois de chegar da Líbia.

Funcionário da empreiteira Queiroz Galvão, ele vivia no país havia três anos com dois filhos e a mulher. "A Líbia era o lugar mais tranquilo do mundo. Estamos com o coração partido de sair de lá", lamenta. O executivo disse que, nos dias que antecederam os conflitos, a população já se organizava por meio de sites de relacionamento, porém silenciava nas ruas, temerosa de repressão do regime.

Ele e outros 147 brasileiros, que trabalhavam para a construtora, devem chegar ao aeroporto de Recife (PE) no fim da tarde de hoje, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores.

Residente de uma área onde moravam outros brasileiros, a poucos metros de um quartel, Roche acompanhou de perto os conflitos. No início, a população desarmada, avançava sobre o exército, que atirava "indiscriminadamente", disse. Segundo ele, depois de um ataque dos insurgentes às instalações militares, armamentos foram distribuídos à população e era comum encontrar grupos de garotos de 17 ou 18 anos armados com (fuzis) AK-47.

Com a escalada da violência, o executivo e a família se viram obrigados a buscar abrigo na casa de um diretor da empresa, juntamente com um grupo de 60 brasileiros e portugueses. Em um hotel, também afastado do foco dos conflitos, mais 140 cidadãos dos dois países se refugiaram.

Ao voltar a casa para pegar pertences, o cenário era desolador, afirma Roche. "Fui lá tentar buscar duas camisas e quando cheguei já estava essa tragédia", relata. "Já entraram e destruíram tudo", diz, acrescentando que não sabe se o ataque foi feito por insurgentes, membros do regime ou saqueadores.

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