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Nova Iorque - Desde que Susan Rice assumiu o posto de embaixadora dos EUA na ONU, os corredores que levam ao salão onde se reúne o Conselho de Segurança andam mais animados. É que a fila de jornalistas lhe solicitando entrevistas cresce a cada dia. A diplomata Susan Rice é formada em História na Universidade de Stanford, a mesma em que a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice foi reitora, e ganhou os holofotes por desfazer na ONU os caminhos trilhados pelos EUA nos anos Bush.

Já em sua primeira entrevista coletiva, Susan Rice defendeu negociações diretas com o Irã. Em seu primeiro pronunciamento oficial no Conselho de Segurança, fez um discurso incisivo em defesa do respeito aos direitos humanos, enfatizando a necessidade de fortalecer o Tribunal Penal Internacional em casos de genocídio, crimes contra a Humanidade e flagrantes violações de direitos humanos, citando os exemplos de massacres no Congo, em Uganda e no Sudão.

"O exército de Uganda continua a aterrorizar a população civil, o governo do Sudão continua a bombardear alvos civis em Darfur e na fronteira com (a República Democrático do) Congo. Os responsáveis por essas atrocidades devem enfrentar o Tribunal Penal Internacional", disse Susan Rice, em sua intervenção de estreia no Conselho de Segurança da ONU.

A nova embaixadora conhece bem os meandros da política africana. Ela fez sua tese de doutorado na Universidade de Oxford (Reino Unido) sobre missões de paz no Zimbábue. Foi assistente para assuntos africanos de Madeleine Albright, secretária de Estado do governo Bill Clinton.

Perfil

Aos 44 anos, Rice é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de embaixadora americana na ONU. Casada com Ian Cameron, um canadense que trabalha como produtor executivo da ABC News, a diplomata tem dois filhos, gosta de terninhos em cores discretas e ainda exibe um porte atlético.

A embaixadora nasceu no distrito federal de Washington. É filha de um professor de Economia, frequentou escolas particulares e gostava tanto de basquete que ganhou na faculdade o apelido de "Spo", o diminutivo de "Sportin". Tinha o sonho de ser eleita para o Senado, mas, em vez disso, seguiu carreira universitária e tornou-se uma das principais pesquisadoras do Brookings Institute, especializando-se em política externa e programas de desenvolvimento sustentável para a redução da pobreza. Rice foi assessora de John Kerry na campanha de 2004 e há mais de dois anos trabalhava no círculo íntimo de colaboradores de Obama. Como embaixadora americana na ONU, anunciou que pretende fazer do respeito aos direitos humanos sua maior bandeira: "Os EUA querem fazer da ONU o centro de um esforço coletivo para promover o respeito às leis internacionais de direitos humanos, prevenindo a escalada de conflitos e massacres de civis."

A ênfase em missões humanitárias e no esforço diplomático mostra o quanto a política externa norte-americana pode mudar no governo Obama.

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