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O plano de paz árabe pode ser a última chance de Israel para viver em um "mar de paz" e não deve ser desperdiçado, disse na terça-feira o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

"Esta iniciativa simplesmente diz a Israel: 'Deixe os territórios ocupados e vocês vão viver em um mar de paz que começa em Nouakchott [capital da Mauritânia] e termina na Indonésia", afirmou Abbas, referindo-se à ampla área do globo onde se concentram os países islâmicos.

"Se esta iniciativa for destruída, não acredito que haja outra oportunidade assim no futuro", disse ele em Riad, onde ele participa de uma cúpula árabe na quarta e quinta-feira.

Os árabes oferecem normalizar relações com Israel em troca da devolução dos territórios ocupados em 1967, da criação de um Estado palestino e de uma "solução justa" para os refugiados palestinos.

"Esta é a iniciativa mais importante desde 1948 para resolver o problema da ocupação israelense", disse Abbas, referindo-se ao ano da criação de Israel, numa guerra que expulsou centenas de milhares de árabes de suas terras. "[O plano] apresenta uma solução para todas as partes envolvidas que estão buscando uma resolução."

Durante a cúpula, os líderes árabes devem pedir também ao mundo que aceite plenamente o novo governo palestino de unidade nacional, em que o grupo islâmico Hamas é majoritário.

O Hamas se recusa a reconhecer a existência de Israel e, segundo fontes palestinas, decidiu que vai limitar-se a não se opor ao plano de paz durante a cúpula.

"Dissemos aos norte-americanos para aceitar este governo, trata-se da escolha do povo palestino. Os palestinos toleraram um ano de isolamento, não podem tolerar mais um ano de tal sofrimento", disse Abbas.

"Se o mundo lidar com este governo com rejeição e isolamento, acho que as repercussões serão gravíssimas para o povo palestino e toda a região", afirmou.

Israel rejeitou a iniciativa árabe de paz quando ela surgiu, mas recentemente se mostrou mais otimista, embora ainda se recuse a manter contatos com o novo gabinete palestino.

O boicote ocidental aos contatos diplomáticos foi atenuado desde a nomeação de políticos de fora do Hamas para os ministérios, mas as sanções econômicas continuam em vigor, e a nova coalizão já dá sinais de divisões internas, em meio à continuação da violência entre as facções em Gaza.

A Arábia Saudita mediou a formação do novo governo palestino, neste ano, encerrando meses de confrontos. Em 2002, Riad já havia assumido a liderança da iniciativa árabe de paz.

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