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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que retomaria as negociações diretas de paz com Israel se o país aceitar a fronteira delimitada em 1967 como base para os limites do Estado da Palestina e concordar em permitir a instalação de uma força internacional no local.

Abbas está sob pressão dos Estados Unidos para retomar as negociações, e se encontrou neste sábado (17) com o enviado do presidente Barack Obama para o Oriente Médio, George Mitchell. Os últimos comentários do líder palestino, publicados neste sábado no jornal jordaniano Al-Ghad, deram indícios de uma possível flexibilização. Ele não mencionou um amplo congelamento nos assentamentos israelenses em territórios palestinos como condição para as negociações - algo que havia destacado como crucial anteriormente.

Entretanto, não parece provável que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceite as demandas de Abbas. O líder israelense tem se recusado a estabelecer um prazo para as negociações, insistindo em conversas que não estabeleçam condições.

Netanyahu não disse quanto desse território ele estaria disposto a entregar para um Estado palestino. Entretanto, ele têm dito que não vai abrir mão do controle de Jerusalém e insiste em manter as tropas israelenses na fronteira oriental de um futuro Estado da Palestina.

As negociações entre Abbas e o antecessor de Netanyahu, Ehud Olmert, foram interrompidas em dezembro de 2008, por conta da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

Abbas disse que nessas negociações, ele e Olmert haviam chegado a um acordo teórico sobre condições de segurança, incluindo a instalação de uma força internacional no futuro Estado palestino.

Terrenos - Os dois líderes também discutiram uma possível troca de terrenos, que permitiria que Israel anexasse alguns assentamentos judeus nos território ocupados e compensasse os palestinos com uma quantidade igual de terra em solo israelense. Mas os dois lados discordaram sobre a quantidade de terra a ser trocada.

"Nós apresentamos aos israelenses nossa posição final sobre diferentes questões, especialmente sobre fronteiras e segurança" disse Abbas ao jornal jordaniano. "Nós dissemos que as fronteiras precisam ser delimitadas com base no traçado de 1967, com um acordo sobre a troca de terrenos semelhantes em valor e tamanho, e nós demos nossa opinião sobre a questão da segurança, para a qual chegamos a um acordo anteriormente, com Olmert".

Segundo Abbas, os israelenses precisam reconhecer que essas propostas são aceitáveis. "Se eles concordarem, nós vamos considerar isso um progresso e isso nos levaria a avançar para negociações diretas", comentou.

Não está claro se Mitchell fez algum progresso nesse encontro com Abbas. O enviado norte-americano só comentou que ficou "encorajado" pelas conversas que teve na região nos últimos dias e que voltaria em breve. Na sexta-feira ele havia se encontrando com Netanyahu.

Mitchell tem conversado com os dois líderes nas últimas semanas para tentar preencher algumas lacunas entre os dois lados. Abbas Netanyahu e Mitchell devem se encontrar separadamente com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, no Cairo, na segunda-feira, para sondar sobre as perspectivas de uma retomada das negociações diretas.

Prazos - O assistente de Abbas, Yasser Abed Rabbo, disse que uma decisão sobre a retomada das negociações diretas não deve sair antes do começo do próximo mês. Segundo ele, a diretoria da Organização para Liberação da Palestina (OLP) e os ministros de Exterior árabes teriam de participar da discussão, e que Abbas também está esperando por esclarecimentos dos EUA.

O líder palestino precisa tomar uma decisão até setembro, no máximo. Os quatro meses estabelecidos por Mitchell para o papel de mediador e a redução parcial da construção dos assentamentos israelenses terminam nesse prazo.

Os palestinos estão cientes das dificuldades das conversas com o rígido Netanyahu, após 17 anos de negociações com vários líderes israelenses que não conseguiram aproximá-los do reconhecimento como um Estado soberano. Os palestinos querem estabelecer seu Estado na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, territórios que Israel tomou na guerra de 1967.

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