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O processo de paz entre o governo colombiano e as Farc será lançado oficialmente na quinta-feira (18) em Oslo, após as duas delegações terem resolvido as formalidades finais antes da partida para a Noruega. Representantes do governo de Juan Manuel Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) escolheram o dia 18 de outubro para a "instalação pública" da mesa de diálogo e "para uma coletiva de imprensa", indicou um comunicado divulgado nesta terça-feira pelos serviços da presidência em Bogotá.

"Confirmamos o encontro pela paz na Colômbia no dia 17 de outubro, como parte de uma agenda que terá seu ponto principal no dia 18 à tarde, com a instalação pública e a coletiva de imprensa", informou o comunicado assinado pelo governo e a rebelião.

Em um sinal da disposição ao diálogo, as duas delegações asseguraram que "as reuniões preparatórias e contatos continuaram" desde as primeiras discussões exploratórias em Cuba, outro país que tenta garantir o processo de paz.

A equipe de negociadores do governo, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, deve deixar Bogotá no início da tarde (17h00 no horário de Brasília) a partir de um aeroporto militar, anunciou a presidência.

Os representantes das Farc, liderados pelo número dois da organização, Ivan Marquez, também devem viajar nesta terça-feira para a Noruega, partindo de Havana, onde chegaram no dia anterior com um atraso aparentemente devido às condições climáticas.

"A delegação das Farc finalmente está completa em Cuba", disse à AFP uma fonte do governo colombiano.

Outros imprevistos perturbaram a programação inicial, o que gerou certa preocupação para manter essas negociações históricas, depois de meio século de conflito armado que já custou centenas de milhares de vidas no país.

O líder supremo das Farc, Timoleon Jimenez, conhecido como "Timochenko", lamentou na segunda-feira a lenta retirada dos mandados de prisão internacionais contra os delegados das Farc. Mas a Interpol retirou as ordens de captura, segundo uma fonte do governo colombiano.

A escolha dos guerrilheiros de incluir na delegação no último momento uma rebelde de nacionalidade holandesa, Tanja Nijmeijer, também pode atrasar o processo.

Essa mulher de 34 anos, que se juntou aos rebeldes na década de 2000 após estudar na Colômbia, foi acusada do sequestro em 2003 de três americanos empregados por uma empresa de segurança.

As autoridades colombianas, no entanto, "confirmaram o direito" desta rebelde de fazer parte da delegação das Farc, de acordo com um comunicado da guerrilha enviado à AFP nesta terça-feira.

Se tudo correr como planejado, os enviados de ambos os lados vão se reunir na quarta-feira ao meio-dia em Oslo, em um lugar secreto, localizado perto da capital norueguesa.

Um porta-voz do Ministério norueguês das Relações Exteriores, Veslemoey Salvsen Lothe, confirmou à AFP que "a coletiva de imprensa será realizada quinta-feira". Ela será realizada em um hotel localizado a pouco mais de uma hora de distância do centro de Oslo.

Os negociadores da paz, que vão manter o processo em Cuba depois do pontapé inicial na Noruega, fazem parte do quarto grupo que tenta um diálogo com as Farc, a principal guerrilha colombiana e a mais antiga da América Latina, que ainda possui, segundo as autoridades, 9.200 combatentes depois de 48 anos de existência.

Pouco antes da abertura do diálogo em Oslo, centenas de artistas, intelectuais e líderes políticos da Colômbia assinaram uma petição para exortar os dois lados a "não deixarem a mesa de negociações", referindo-se a uma oportunidade "única e que não será repetida".

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