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Voyager 1, o mais veloz artefato humano, se desloca a 17 quilômetros por segundo. Nesse ritmo, ele demoraria 78 mil anos para chegar a Alpha Centauri, que está a 4,4 anos-luz, o equivalente a 43 trilhões de quilômetros.

O custo da viagem seria estarrecedor, mesmo para robôs (talvez nanossondas produzidas por experimentação genética) capazes de chegar lá antes dos humanos. E quem quer que chegue lá uma hora não será capaz de voltar.

Outros esquemas de tecnologias conhecidas, como velas solares ou foguetes termonucleares, seriam capazes de atingir um décimo da velocidade da luz e fariam a viagem até Alpha Centauri em menos do que o tempo de vida humano.

As notícias recentes revelam que há um planeta em torno de Alpha Centauri B, a pouco mais de quatro anos-luz de distância, resultou numa epidemia de devaneios entre fãs de astronomia e ficção científica, inclusive eu.

Para as pessoas que acreditam que viagens interestelares, seja para pessoas ou para robôs, farão parte do futuro, Alpha Centauri, um sistema de três estrelas que é o mais próximo vizinho conhecido do Sol, sempre foi um destino próximo. Ele foi lar do mítico planeta-selva Pandora, do filme Avatar, de James Cameron, por exemplo.

O novo planeta não tem selvas, gatos azuis gigantes, nem, até onde sabemos, o mineral mágico unobtanium. Em vez disso, ele é uma bolha de lava infernal e inóspita provavelmente do tamanho da Terra, a apenas 6,4 milhões de quilômetros das chamas de Alpha Centauri B, a segunda estrela mais brilhante do sistema.

Mas, se os astrônomos aprenderam qualquer coisa ao longo dos últimos anos a partir de aparelhos como o satélite Kepler, é que planetas pequenos vêm em bandos. Há muito espaço no sistema para mais planetas, talvez habitáveis.

"Eu acho que deveríamos mandar logo uma sonda para lá", disse Sara Seager, astrônoma do Instituto Mas­­sachusetts de Tecnologia, o MIT, repetindo uma chamada feita no ano passado pelo pioneiro do estudo de exoplanetas Geoff Marcy, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

E há, de fato, alguém en­­­­carregada de fazer algo as­­sim. O nome dela é Mae Jemison, uma ex-astronauta, engenheira, dançarina, atriz e empreendedora. Em conjunto com a fundação de fins não lucrativos Icarus Interstellar, ela ganhou um auxílio de US$ 500 mil do governo neste ano para montar a 100 Year Starship, uma organização para criar um plano de negócio para viagens interestelares.

Darpa

A Darpa, a agência do governo que ajudou a inventar a internet e agora quer ajudar a inventar a viagem interestelar, estima que só o planejamento para uma viagem dessas poderia levar 100 anos. Jemison, de 56 anos, espera que aconteça antes.

O planeta em Alpha Cen­­tauri foi oficialmente anunciado em seu aniversário, e, em ligação de seu novo escritório em Houston, ela parecia eufórica.

"Eu não consigo imaginar um presente mais legal de aniversário", ela disse.

O principal trabalho de Jemison será espalhar a palavra e arrecadar dinheiro. A perspectiva de uma colônia habitável faz da ideia de viajar a outros astros algo muito mais real, segundo ela, acrescentando: "Isso é uma bênção, porque a maioria das pessoas já ouviu falar de Alpha Centauri. É perto".

Bem, mais ou menos.

Tradução: Adriano Scandolara.

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