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Destroços do Tupolev TU-154 que levava a Smolensk várias figuras importantes da política polonesa, incluindo o presidente e a primeira-dama | S-SergeiKarpuk/Reuters
Destroços do Tupolev TU-154 que levava a Smolensk várias figuras importantes da política polonesa, incluindo o presidente e a primeira-dama| Foto: S-SergeiKarpuk/Reuters
  • Veja a localização do acidente aéreo

O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, morreu ontem quando o avião em que estava caiu às 10h50 locais em meio a uma densa neblina próximo ao aeroporto de Smolensk, cerca de 400 quilômetros a oeste de Moscou, na Rússia. Havia outras 95 pessoas no voo, incluindo o presidente do Banco Central polonês, Slawomir Skrzypek, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Franciszek Gagor, e alguns dos principais comandantes do exército polonês. Não há sobreviventes.A aeronave do governo polonês, um Tupolev TU-154 que data da era soviética, levava uma comitiva de 88 pessoas para participar do 70º aniversário do massacre de Katyn, localidade russa em que milhares de oficiais poloneses foram mortos pela polícia secreta da então União Soviética.

As duas caixas-pretas do avião já foram encontradas, informou o ministro russo de Situações de Emergência, Serguei Choiguou. "Desta forma, todos os registros e os parâmetros do voo já estão em mãos da perícia, que vai esclarecer as causas do acidente", disse.

"Ainda não conseguimos dar conta do tamanho desta tragédia e o que ela significa para o nosso futuro; nada parecido com isso havia acontecido antes com a Polônia", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país.

Funcionários russos disseram que o aeroporto de Smolensk estava fechado na hora do acidente, por causa de um espesso nevoeiro. O piloto do avião teria sido alertado sobre as dificuldades, e controladores sugeriram que o voo fosse desviado para Moscou.

Segundo o o subcomandante do Estado-Maior das Forças Aéreas russas, Alexandre Aliochine, os pilotos ignoraram as instruções dos controladores aéreos.

Ainda assim a aeronave fez três tentativas de pouso abortadas. Na quarta aproximação, o avião caiu, a pouco menos de 1 km do aeroporto Smolensk. A aeronave polonesa tinha pelo menos 20 anos de uso.

Incerteza

A morte de Kaczynski, uma força dominante da política polonesa ao lado do irmão, traz incerteza política. A eleição presidencial, marcada para outubro, deve ser feita dentro de dois meses, segundo a Constituição.

A primeira-dama, parlamentares e vários outros funcionários de alto escalão do governo também estavam a bordo do avião.

Kaczynski, de 60 anos, foi aliado do líder do partido Solidarie­­dade, Lech Walesa, e junto com seu irmão fundou o partido Lei e Justi­­ça, de direita. Ele deixou o partido quando se tornou presidente em 2005, mas continuou a apoiá-lo.

Lech Kaczynski enfureceu o governo do primeiro-ministro Donald Tusk muitas vezes ao bloquear projetos de leis, como o que reformava o sistema de saúde do país. O presidente da câmara baixa do Parlamento, Bronislaw Komorowski, foi nomeado presidente em exercício, como prevê a Constituição.

Vários líderes mundiais expressaram suas condolências. Barack Obama, dos Estados Unidos, disse: "Nossos pensamentos estão com a família Kaczynski, os parentes dos que morreram nesse trágico acidente e a nação polonesa". No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou ontem luto oficial de três dias em memória de Kaczynski.

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