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Milhares de pessoas participaram de passeatas realizadas em Cabul nesta segunda-feira, depois de forças de segurança terem aberto fogo contra manifestantes, matando ao menos oito afegãos e ferindo mais de cem em conflitos causados por um acidente de trânsito envolvendo um caminhão militar dos Estados Unidos.

O caminhão, parte de um comboio americano, perdeu o controle e se chocou com mais de dez veículos, matando cinco pessoas, segundo um comunicado do presidente afegão, Hamid Karzai.

Uma multidão enfurecida atirou pedras e quebrou janelas dos veículos que integravam o comboio, segundo comunicado das Forças Armadas americanas.

Integrantes de um dos veículos dos EUA parecem ter atirado para o alto, afirmou o comunicado. A polícia afegã também abriu fogo quando entrou em ação para ajudar os soldados estrangeiros, e não se sabe exatamente quem são os responsáveis pelos disparos feitos contra a multidão.

Algumas testemunhas culparam os soldados dos EUA; outras, a polícia; e algumas culparam os dois.

"Há indícios de que ao menos um veículo da coalizão militar realizou disparos de advertência", afirmou o comunicado americano.

Um repórter da Reuters presente no local do incidente viu um homem morto a tiros e várias pessoas feridas sendo levadas dali, enquanto os manifestantes colocavam fogo em dois carros da polícia.

- Nós temos 109 pessoas feridas e oito mortas após o acidente - disse Abdullah Fahim, um assessor do ministro da Saúde, acrescentando que o número de mortos no acidente do caminhão e na violência subseqüente pode ser maior.

Segundo um porta-voz das Forças Armadas dos EUA, o tenente coronel Paul Fitzpatrick, nenhum soldado americano foi ferido e há uma investigação sendo realizada sobre o incidente, ocorrido na região norte de Cabul, durante o horário de rush da manhã.

Saques

Houve alguns disparos de armas de fogo realizados por policiais e soldados afegãos quando os manifestantes, a caminho do prédio dos EUA, atravessavam um bairro onde há várias embaixadas.

Algumas das pessoas derrubaram um pôster de Karzai e começaram a realizar saques ao chegar ao centro da cidade.

Um jornalista da Reuters viu lojas sendo invadidas e a casa de um estrangeiro e um escritório do grupo de ajuda Care International serem atacados, enquanto carros eram incendiados do lado de fora de uma estação de TV.

- Não aceitamos mais Karzai como presidente. Estamos nos manifestando contra ele: morte a Karzai - afirmou Jaweed Agha, um dos manifestantes.

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