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Retrato de Dorjee Khatri, morto na avalanche de sexta-feira, é visto no funeral dos sherpas em Katmandu, no Nepal | Navesh Chitrakar/Reuters
Retrato de Dorjee Khatri, morto na avalanche de sexta-feira, é visto no funeral dos sherpas em Katmandu, no Nepal| Foto: Navesh Chitrakar/Reuters

Personagem

Governo nepalês se dispõe a pagar R$ 930 às famílias das vítimas

Depois da avalanche, o governo do Nepal disse que pagaria à família de cada sherpa que morreu 40 mil rupias, ou cerca de US$ 415 (R$ 930). Os sherpas dizem que merecem muito mais, incluindo dinheiro de seguro, mais ajuda financeira às famílias das vítimas e novas regulamentações que garantam os direitos de montanhistas.

A temporada de escalada do Everest permite o sustento de milhares de guias e carregadores do Nepal. Montanhistas dependem dos Sherpas para tudo, desde carregar equipamentos, cozinhar alimentos e orientá-los em altas altitudes.

Se os Sherpas boicotarem a temporada, muitos dos montanhistas teriam de desistir de todo ou parte do dinheiro que gastaram para subir o Everest, que em alguns casos chega a US$ 90 mil.

8.848 metros de altura tem o monte Everest, o mais alto do mundo. O topo da montanha foi alcançado pela primeira vez em 1953. Desde então, mais de três centenas de pessoas morreram em acidentes. A avalanche da última sexta-feira foi o pior acidente na história do monte.

Os guias nepaleses de etnia sherpa anunciaram ontem a decisão de abandonar o acampamento base do monte Everest e iniciar uma greve devido à avalanche que matou 16 pessoas na última sexta-feira.

INFOGRÁFICO: Veja como foi acidente

"Nós tivemos uma longa reunião esta tarde e decidimos não escalar mais este ano em homenagem aos nossos irmãos. A decisão dos sherpas é unânime", disse Tulsi Gurung. Outro sherpa e um alpinista americano presente no acampamento base confirmaram a informação, quatro dias depois da tragédia que matou mais de uma dezena de sherpas.

"Alguns guias já foram embora e outros ficarão aqui durante aproximadamente uma semana, o tempo de empacotar tudo e partir", disse Gurung, que perdeu um irmão na tragédia.

Dos 16 sherpas que morreram na sexta-feira, os corpos de três permanecem soterrados pela neve. A avalanche da semana passada foi a tragédia com o maior número de mortes na história da montanha mais alta do mundo.

A decisão parece antecipar o fim das negociações entre os sherpas e o governo do Nepal.

"Estamos em um momento de grande confusão, por isso, nada foi definido sobre a temporada", comentou Zim­­ba Zangbu, presidente da Associação de Alpinistas Nepaleses. "A tragédia foi enor­­me e é compreensível que muitos sherpas não queiram mais escalar."

O governo do Nepal anunciou ontem um pacote de medidas para tentar melhorar as condições dos guias envolvidos em expedições no Everest, entre elas o aumento da cobertura de seguro de vida e de saúde, indenizações em casos de acidente e a criação de um Fundo de Solidariedade.

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