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Washington - Os Estados Unidos anunciaram acordos comerciais com a China que aumentarão suas exportações ao país em cerca de US$ 45 bilhões, um valor significativo considerando que as vendas americanas aos chineses em 2010 totalizaram US$ 82 bilhões. A cifra é pequena, porém, em relação ao déficit no comércio bilateral, chegou a mais de US$ 252 bilhões no ano passado, em detrimento dos EUA.

Esse ponto convenientemente não foi mencionado pelo presidente Barack Obama ontem. Ele preferiu destacar a necessidade de "acabar com o estereótipo de que a China está simplesmente roubando empregos em manufaturas e tirando vantagem de salários baixos’’.

A parte principal do pacote comercial é um acordo para compra de aviões da Boeing no valor de US$ 19 bilhões. Segundo Oba­­ma, os pactos sustentaram 235 mil empregos americanos em 12 estados. Foram fechados ainda acordos de propriedade intelectual, inclusive com fim de práticas consideradas discriminatórias a produtos estrangeiros, e de acesso a mercados.

Câmbio

Do seu lado, o presidente chinês, Hu Jintao, afirmou que a cooperação como parceiros deve ter base no respeito e que, "por vivermos em um mundo diverso, os EUA devem respeitar a escolha do ca­­minho de desenvolvimento".

A escolha seria uma referência à desvalorização artificial do yuan.

O câmbio artificial utilizado pela China tem fortalecido a economia local (já aquecida e com o papel de maior exportador atual). Com o valor do yuan baixo, a Chi­­na fica mais competitiva porque exporta seu excedente por um preço mais barato e a demanda cresce. E, ao mesmo tempo, enfraquece balanças comerciais em todo o mundo. Porém, com o câmbio flutuante, outros países do globo veem suas divisas valorizar – ficando sempre mais cara que o yuan.

Os Estados Unidos, por exemplo, registram neste ano uma sequência de mais de 20 déficits comerciais. Com o consumo in­­terno ainda muito fraco, o país busca nas exportações uma forma de manter a economia girando. Porém, sem compradores em ou­­tros países, a desvalorização cambial acaba sendo uma saída para tornar as vendas ao exterior mais competitivas.

Assim, o câmbio do yuan é mo­­tivo de grande atrito entre Estados Unidos e China. Washington têm pressionado Pequim a respeito, afirmando que a taxa é mantida artificialmente baixa a fim de au­­mentar as exportações chinesas de forma injusta.

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