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Os planos das grandes nações para combater a mudança climática estabelecidos no Acordo de Copenhague são insuficientes para limitar o aumento da temperatura média global a 2 graus Celsius, afirmou um especialista na sexta-feira.

O acordo, selado numa cúpula no mês passado pelos principais emissores liderados por China e Estados Unidos, estabelece o prazo de 31 de janeiro para que os países digam o quanto vão cortar das emissões de gases-estufa até 2020 para ajudar a manter o aumento das temperaturas terrestres abaixo dos 2 graus Celsius.

"Pelo que vejo agora, está muito longe (da meta) dos 2 graus", afirmou à Reuters Niklas Hoehne, diretor de energia e políticas para o clima da consultoria Ecofys.

Hoehne afirmou que a projeção feita em meados de dezembro pela Ecofys e parceiros de que a temperatura mundial subiria 3,5 graus Celsius estava ficando cada vez mais realista.

Os emissores industrializados, liderados por Estados Unidos, membros da União Europeia, Japão e Austrália, simplesmente reafirmaram as metas de emissão estabelecidas antes de Copenhague às vésperas do prazo de 31 de janeiro. Países em desenvolvimento, como China e Índia, também não deram sinais de ambição maior.

Um problema é que diminuiu a pressão para o estabelecimento de metas mais rigorosas, afirmou Hoehne.

"Essa é a grande decepção depois de Copenhague, a pressão para ficar em linha com os 2 graus Celsius não existe mais", disse. "O que restou foi a pressão popular para que se faça mais. Um aquecimento de 3,5 graus ficou mais provável".

A medida de 2 graus Celsius é vista pelos cientistas como o limite para uma mudança perigosa, que levaria a uma desertificação maior, mais enchentes, extinções de espécies e elevação do nível dos oceanos. As temperaturas já subiram 0,7 grau Celsius no século passado.

Um cenário de 2007 feito por um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) de cientistas do clima, no qual Hoehne foi o autor principal, indicava que os países desenvolvidos tinham de cortar as emissões em entre 25 e 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2020 para limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius.

As promessas feitas na cúpula de Copenhague totalizam cortes de 11 a 19 por cento abaixo de 1990, estima a Climate Action Tracker.

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