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O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, e o líder rebelde Guillaume Soro assinaram neste domingo um acordo para a formação de um novo governo e a retirada da missão dos capacetes azuis da ONU e das tropas francesas destacadas no país desde 2002.

Ambos concordaram, na capital do vizinho Burkina Fasso, com uma série de medidas aplicáveis "nos próximos 10 meses".

Este acordo é o primeiro resultado do "diálogo direto" entre o governo e os rebeldes das Forças Novas (FN) da Costa do Marfim, com o objetivo de reunificar este país do oeste africano dividido em dois desde uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente em setembro de 2002, depois do qual Gbagbo manteve o controle da metade sul do país e os rebeldes do norte.

O acordo foi assinado por Gbagbo e Soro na presença do presidente burquinense, Blaise Compaoré, o mediador da crise marfinense.

O texto prevê a formação de um novo governo cinco semanas depois de sua entrada em vigor, este domingo.

O atual governo, que inclui membros da oposição e rebeldes, segundo um acordo de 2003, é dirigido atualmente por Charles Konan Banny, nomeado em 2005 pela comunidade internacional.

O pacto também prevê a supressão paulatina da área de confiança, cordão desmilitarizado que percorre o país de leste a oeste.

Cerca de 7.000 capacetes azuis da ONU e 3.500 soldados franceses estão no país para vigiar o cessar-fogo entre os dois lados, decidido no final de 2004.

"A zona de confiança será substituída por uma linha verde com postos de observação ocupados por forças imparciais cujo número será reduzido à metade a cada dois meses até sua retirada total", segundo o texto.

A ministra francesa de Cooperação, Brigitte Girardin, declarou em Paris que a retirada das tropas estrangeiras da Costa do Marfim, antiga colônia francesa, pode ser planejada a partir de agora.

O acordo também prevê um censo da população para as próximas eleições, que já deveriam ter ocorrido há meses.

Por último, inclui o desarmamento e o desmantelamento das milícias e a integração dos rebeldes ao futuro Exército marfinense.

Este acordo supõe uma mudança no processo de paz do país, que começou há quatro anos, já que não inclui a vigilância estrangeira. Os acordos internacionais anteriores não puderam ser aplicados devido a bloqueios políticos.

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